Hoje é:20 de setembro de 2024

Realidade aumentada

Veja como o uso de óculos 3D pode reduzir erros e retrabalhos em obras e projetos arquitetônicos

Por Carlos Cruz

Destaque na Feicon 2022, o sistema para óculos de realidade aumentada apresentado pela startup Smart Sky, na Casa Cerâmica, foi um dos que mais atiçou a curiosidade do público. A tecnologia vem, aos poucos, ganhando mais espaço na construção civil por possibilitar a redução de falhas em obras, tanto na fase do projeto, quanto na fase de execução.

Pode não ter acontecido com você, mas certamente você já ouviu alguém contar que, ao furar uma parede para, por exemplo, pendurar um quadro, acertou acidentalmente um cano de água e provocou um vazamento que, para ser solucionado, custou bastante tempo e dinheiro. Pois essa é uma das incontáveis utilidades dos óculos 3D. Ao oferecer uma visão completa, em escala 1:1, de cada etapa da construção, incluindo fiação e encanamento, os óculos 3D reduzem as chances de erro e facilitam a identificação de eventuais problemas de execução em tempo real.

Responsável pela Smart Sky, o especialista Chase Olson conta que os óculos de realidade aumentada conseguem projetar um modelo de como será executado o projeto.

“Como é aumentada, você consegue enxergar como está sendo executado o projeto, ou seja, o construído vs o projetado”, explica Olson. “Normalmente, esse tipo de análise só é feito depois do trabalho ser finalizado, e aí pode gerar vários retrabalhos, atrasos etc. Com essa tecnologia, você consegue ver, em tempo real, qualquer desvio do projeto, podendo trazer uma economia para obra em geral”, acrescenta.

Por ser uma tecnologia ainda recente no mercado, Olson destaca que não há como fazer um cálculo sobre a economia proporcionada pelo equipamento aqui no Brasil. Porém, nos Estados Unidos e na Europa, números já apontam para uma redução de mais de 40% do retrabalho.

“Acredito que não exista nenhuma empresa hoje no Brasil utilizando essa ferramenta em sua operação. Você tem muitas empresas utilizando para fins de marketing, vídeo etc., mas do jeito que é para ser utilizado, para ter ganho na gestão, hoje, não conhecemos alguém do mercado utilizando”, revela o executivo. E complementa: “Estamos trabalhando para que isso aconteça”.

Custo-benefício

Olson é enfático ao afirmar que o uso da tecnologia, ao contrário do que muitos pensam, não encarece os custos do projeto. E garante ser exatamente o contrário.

“Encarece o valor do investimento inicial, porém, traz uma redução de ineficiência e retrabalho. Então muitas vezes o Opex, que é o custo operacional do projeto, acaba sendo reduzido com essas aplicações. Tanto a realidade aumentada, quanto outras tecnologias que façam parte do HUB do Smart Sky, como drones, lasers scan e câmeras”, conclui o executivo.

Realidade virtual x Realidade aumentada

Embora sejam muito semelhantes, vale a pena reforçar que existem diferenças significativas entre essas duas tecnologias, principalmente quando se trata do uso na construção civil.

A realidade virtual possibilita criar um mundo digital totalmente novo, por meio de telas como computador ou smartphone e óculos 3D. Vem sendo utilizada em estandes de venda de imóveis que são comercializados na planta, por exemplo.

Por sua vez, a realidade aumentada se utiliza desses mesmos meios – telas de computador ou smartphones e óculos 3D – para inserir, em um ambiente real, elementos que estão sendo planejados para projeto e o espaço, como o mapa de onde passa a tubulação de água e os dutos de energia, onde existem vigas e pilastras de sustentação etc.

Carlos Cruz é jornalista na Anicer.

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