Hoje é:24 de novembro de 2024

Execução e Controle de Obras da Alvenaria Estrutural

Por Emil Sanchez

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A NBR 16868-2:2020 aborda a execução e controle de obras de Alvenaria Estrutural. Prescreve os requisitos gerais, relativos a esse tópico, que devem ser atendidos, e relata que os dois itens referidos devem ser planejados, com considerações mínimas que devem se cumpridas:

a) atendimento a um projeto estrutural, que deve atender a normalização brasileira, compatibilizado com os demais projetos;
b) determinação dos responsáveis pela execução do controle e circulação de informações;
c) determinação do responsável pelo tratamento e resolução das não-conformidades;
d) definição de como deverá ser a forma e o modo de arquivamento das informações;
e) estabelecimento de procedimentos específicos para controle dos materiais e componentes, do processo de execução da alvenaria e para sua aceitação.

No presente texto são abordados os itens (a) e (e), com a apresentação de comentários sobre casos constatados em obra de conjunto habitacional de baixa renda, situado no Estado do Rio de Janeiro.

A imagem mostra um procedimento inaceitável realizado num equipamento inadequado: caixote de massa em madeira. A madeira absorve a água da argamassa, o que diminui a sua trabalhabilidade. Para melhorar a fluidez da argamassa o pedreiro adicionava água a esse insumo, o que modificava todas as suas propriedades mecânicas. Trata-se de equipamento e procedimento inadmissíveis, em total desacordo com o que relata a NBR 16868-2:2020.

Observou-se que o assentamento dos blocos não cumpriu os requisitos mínimos para aceitação da parede executada. Havia um bloco fissurado, que não poderia ser assentado, e juntas de argamassa horizontais mal executadas, e juntas verticais mal preenchidas, o que torna evidente a falta de controle da espessura e do preenchimento com argamassa.

Na área de serviço, o ralo foi instalado muito próximo da parede, daí o acabamento obstruiu parcialmente a entrada do ralo. O que torna evidente que não houve compatibilização entre os projetos.

Outra constatação da falta de compatibilização dos projetos é o fato do conduíte da instalação elétrica ter sido colocado próximo à tubulação do esgoto secundário.

Esses fatos observados, numa grande obra, mostram que as prescrições básicas da normalização brasileira para a Alvenaria Estrutural muitas vezes não são cumpridas. Casos como estes depõem contra o sistema construtivo.

Mestre e Doutor em Engenharia Civil, pesquisador visitante da T.U. Braunschweig/Alemanha, professor titular aposentado da Universidade Federal Fluminense, membro do ACI, PCI, FIB, IABSE, IBRACON e ABCM. Publicou mais de 250 trabalhos (artigos em congressos e periódicos, autor de 4 livros, organizador de 3 livros com autoria de 9 capítulos, e teses).

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