Hoje é:6 de outubro de 2024

Tijolo à vista

Museu Schoenenkwartier, na Holanda, se destaca por sua beleza arquitetônica e pela sustentabilidade de sua construção

Por Carlos Cruz

Localizado no centro de Waalwijk, cidade holandesa referência na produção de couro e calçados, o Museu Schoenenkwartier vem se destacando como um novo e inovador centro de conhecimento para o design, a produção e a moda de calçados.

Instalado em um complexo de edifícios tombados da década de 1930, obra do arquiteto Alexander Kropholler, sua estrutura foi parcialmente reformada, transformada e ampliada para abrigar um acervo de 12 mil objetos, além de exposições permanentes, um centro de conhecimento com biblioteca para pesquisa, espaço para oficinas e auditório, um café-museu e laboratórios de design e prototipagem.

O prédio é uma combinação de museu e centro de inovação, entrelaçados em uma entidade viva. As funções gerais do museu, como o work-café com os work-labs abertos, são visíveis diretamente da praça e também abertas ao público, mesmo para quem não visita as exposições, tornando-se um espaço acolhedor para a comunidade. O ambiente público hospitaleiro também é perceptível quando se entra no edifício pelas arcadas históricas com generosas portas pivotantes e de correr: a área de entrada é totalmente aberta e no centro do edifício corre um pavimento interno com padrão de paralelepípedos, recuperados de uma praça coberta da cidade.

O piso térreo reúne todas as funções, do café às exposições, e o jardim acrescentado centralmente oferece flexibilidade e escolha para o encaminhamento do público. As aberturas circulares, recortadas na velha fachada da ala de escritórios dos anos 1980, permitem vislumbrar as exposições. Escadas e percursos bem colocados permitem fazer atalhos para quem deseja visitar apenas os destaques e estudar uma exposição em detalhe.

O tom do complexo de edifícios é definido por materiais familiares, como tijolos maciços de cerâmica vermelha, aço, concreto e madeira, que reforçam a atmosfera da coleção e do edifício histórico e formam uma obra de arte coletiva. A escolha desses materiais e as formas geométricas utilizadas transcendem o público-alvo, apelando para experiências universais dos sentidos humanos, da visão à audição, do tato ao olfato. No entanto, a prevalência da cerâmica vermelha confere à construção um ar de sustentabilidade.

Carlos Cruz é jornalista na Anicer.

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