Hoje é:6 de outubro de 2024

B20 Brasil propõe soluções para impulsionar a descarbonização mundial até 2030

Segundo a COP28 e o Climate Policy Initiative, é preciso investir de US$ 5 a 8,5 bilhões por ano até 2030 para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU

Fonte: CNI

Entre as propostas listadas no documento com 24 recomendações do B20 estão as sugestões elaboradas pelo setor privado para enfrentar a crise climática global e lidar com a necessidade urgente de uma transição energética igualitária. De acordo com dados da COP28 e do Climate Policy Initiative, é preciso investir de US$ 5 a 8,5 bilhões por ano até 2030 para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

A força-tarefa de Transição Energética e Clima é liderada pelo CEO da Raízen, Ricardo Mussa. Ao lado dos 1,2 mil membros do B20 Brasil, foram elaboradas três recomendações e seis ações de políticas públicas para enfrentar os desafios dessa agenda.

Segundo a liderança do B20, apesar dos esforços colaborativos entre setores público e privado, a economia global ainda precisa avançar no combate ao aquecimento global e seus impactos. Para manter o aumento da temperatura global abaixo do limite crítico de 1,5°C, é essencial uma colaboração coordenada e diversificada entre governos, empresas, instituições, comunidades e demais envolvidos.

A sociedade exige um equilíbrio entre uma energia segura, descarbonizada e acessível

As emissões globais voltaram a atingir níveis sem precedentes em 2023 e mesmo que todos os países cumpram seus compromissos atuais, estimativas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) indicam que as emissões globais ainda excederão o limiar de 1,5°C. Embora seja essencial lidar com o impacto climático, também é crucial enfrentar o desafio socioeconômico, reconhecendo que a sociedade exige um equilíbrio entre uma energia segura, descarbonizada e acessível.

“A transição para uma economia de baixo carbono é cada vez mais urgente. Precisamos de soluções renováveis, sustentáveis, eficientes e, principalmente, disponíveis em um horizonte factível para garantirmos a segurança energética e mantermos as metas do Acordo de Paris. Promover soluções climáticas naturais é um passo vital para restaurar ecossistemas e garantir benefícios climáticos duradouros. Como líder dessa força-tarefa, acredito firmemente que nossas recomendações são essenciais para juntos enfrentarmos os desafios globais”, afirma Ricardo Mussa.

Os integrantes da força-tarefa acreditam que a transformação para um futuro de baixo carbono, enquanto se promove a preservação e restauração ambiental, só é possível quando empresas e governos trabalham juntos. Para o B20, é importante que o problema seja abordado a partir de uma perspectiva global, destacando a necessidade de soluções para enfrentar essas questões e financiar ações de longo prazo.

Confira as três recomendações da força-tarefa de Transição Energética e Clima do B20 Brasil:

>> Recomendação 1: acelerar o desenvolvimento e o uso de soluções de energia renováveis e sustentáveis

Acelerar o desenvolvimento e o uso de um portfólio de soluções energéticas renováveis e sustentáveis para impulsionar a descarbonização no curto (2030) e longo prazo (2050), garantindo a segurança energética. Para isso, a energia renovável e a eletrificação serão essenciais para seguir o caminho em direção às emissões líquidas zero a curto, médio e longo prazos.

Ampliar um portfólio global e diversificado de soluções sustentáveis de biomassa para energia também é uma medida fundamental nos esforços de descarbonização global, especialmente considerando as metas de 2030, as circunstâncias nacionais e a disponibilidade de recursos biológicos.

Além disso, os esforços de descarbonização devem abranger a expansão de outras soluções necessárias para as metas de emissões líquidas zero, como captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), hidrogênio limpo e energia nuclear.

Motivação: de acordo com a COP28 e o Climate Policy Initiative, para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) sejam atingidos em relação a metas climáticas, será necessário um investimento anual de 5 a 8,5 bilhões de dólares, até 2030.

Proposta de ação política 1.1:

Elaborar regimes de políticas, regulações e incentivos para triplicar a capacidade energética renovável até 2030, expandir a infraestrutura das redes e acelerar a ampla eletrificação a fim de assegurar acesso justo, responsável, eficiente e confiável à energia, visando alcançar as metas do Acordo de Paris.

Proposta de ação política 1.2:

Estabelecer mecanismos e iniciativas para explorar o potencial sustentável e a prontidão de bioenergia e biocombustíveis para descarbonização, acelerando o atingimento do net zero e garantindo a segurança alimentar.

Proposta de ação política 1.3:

Viabilizar a expansão de outras soluções necessárias para a transição para o net-zero, como captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS), hidrogênio limpo e energia nuclear.

>> Recomendação 2: dobrar a eficiência energética e promover a eficiência dos recursos e a economia circular

Dobrar a taxa média anual de melhoria da eficiência energética global até 2030, ao mesmo tempo em que se promove a eficiência dos recursos e a economia circular. Investir em melhorias na eficiência energética é uma forma econômica de intensificar as medidas de descarbonização e aproximar-se das emissões líquidas zero. Sua posição estratégica foi reconhecida no compromisso da COP28 com um acordo para dobrar a taxa média anual de melhorias na eficiência energética global de 2% para 4% ao ano até 2030. Além disso, implementar práticas sustentáveis em toda a cadeia de valor é essencial para mitigar os efeitos climáticos, reduzir as emissões e a produção de resíduos globalmente.

Proposta de ação política 2.1:

Dobrar a taxa média anual global de melhorias na eficiência energética até 2030, por meio do avanço das políticas de eficiência técnica, programas de investimento e medidas para aumentar a conscientização pública.

Proposta de ação política 2.2:

Promover a economia circular e o uso eficiente dos recursos globais, desenvolvendo políticas que considerem todo o ciclo de vida dos materiais e fomentando programas de financiamento e conscientização para aumentar a adoção de práticas circulares.

>> Recomendação 3: promover soluções naturais eficazes para mitigar as mudanças climáticas e aumentar a biodiversidade

As Soluções Naturais para o Clima têm o potencial de reduzir de 5 a 12 GtCO2e por ano até 2030, contribuindo com cerca de 20 a 50% da redução necessária para estar no caminho das emissões líquidas zero. Isso requer o desenvolvimento de uma cadeia de valor robusta para escalar projetos de proteção e restauração de alta integridade e melhorar os mecanismos de financiamento e mercado para desenvolver essas iniciativas.

Proposta de ação política 3.1:

Garantir um mercado global próspero de NCS até 2030, ampliando projetos de proteção e restauração e escalando o mercado internacional de carbono.

As recomendações do Communiqué foram elaboradas pelas oito forças-tarefas do grupo de engajamento do setor privado. Esta é a primeira vez que o documento é entregue antecipadamente, com o objetivo de ser analisado e influenciar as negociações dos líderes mundiais antes da cúpula do G20, que acontece em novembro, no Rio de Janeiro (RJ).

Todas as propostas do B20 Brasil podem ser lidas, na íntegra, no site oficial: https://b20brasil.org. As sugestões também serão debatidas durante o B20 Summit Brasil, nos dias 24 e 25 de outubro, em São Paulo (SP).

O B20 Brasil 2024

Coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o B20 é o braço empresarial do G20 e o principal fórum de diálogo mundial que conecta a comunidade empresarial aos governos do grupo. A edição brasileira reúne sete forças-tarefas e um conselho de ação.

Os grupos de trabalho são formados por empresários do Brasil e dos outros países, membros do G20, que estão debatendo, desde o início do ano, propostas de temas urgente e importantes como Comércio e Investimento, Finanças e Infraestrutura, Emprego e Educação, Transição Energética e Clima, Transformação Digital, Integridade e Compliance, Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura, além do Conselho de ação Mulheres, Diversidade e Inclusão em Negócios.

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