Hoje é:24 de novembro de 2024

Exposições da CasaCor norteiam novidades da arquitetura no Rio, Pernambuco e Minas Gerais

Por Manu Souza e divulgação Casacor | Fotos: Divulgação Casacor, Gil Leonardi/Imprensa MG e Manu Souza

A Casacor, do Grupo Abril, reconhecida como a maior e mais completa mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas, reúne anualmente renomados arquitetos, designers de interiores e paisagistas em 21 praças nacionais e mais seis internacionais. Aqui, a Revista da Anicer conta tudo o que aconteceu nas edições do Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais. Confira!

No Rio, arquitetura e decoração à beira mar

Em sua 29ª edição, a Casacor Rio ancorou na Praça Mauá trazendo as mais diversas formas de receber e morar. Uma exposição que recuperava o glamour do Rio antigo e privilegiava a casa como um espaço para receber. A mostra deste ano aconteceu entre os museus MAR e do Amanhã, de 20 de agosto a 29 de setembro, e apresentou uma grande variedade de salas de estar, livings e varandas, com metragens e temáticas variadas, além de estúdios e lofts que traduziram a realidade do morar atual.

Os 63 profissionais, entre arquitetos, designers de interiores e paisagistas participantes, assinaram 44 ambientes com o tema “Planeta Casa”, que trata do lar como um universo particular, aquele lugar onde podemos expressar nossa afetividade e conexão, com o outro e com o mundo.

Cerca de 48 mil pessoas, puderam conferir ambientes assinados por nomes como Maurício Nóbrega, Paola Ribeiro, Marcia e Manu Müller, Studio RO+CA, Leila Bittencourt, Paula Neder, Duda Porto, Gisele Taranto, Maritza de Orleans e Bragança, entre outros.

Hospedada no edifício Touring, uma construção em estilo eclético, com elementos em art déco, projetada pelo arquiteto francês Joseph Gire e construída em 1920, além de um galpão anexo, ocupando mais de 6 mil metros quadrados, o espaço, que em décadas passadas era a porta de entrada da cidade para quem chegava de navio, após o evento, passa por uma transformação para virar o Mercado do Porto, um mercado gastronômico inspirado em modelos internacionais.

“A ideia era resgatar as antigas funções do prédio trazendo em suas salas experiências temáticas diversas, além dos lofts e estúdios que apresentaram as ideias do morar atual, sempre ressaltando que a casa é hoje um elemento agregador em nossas vidas, o planeta onde a afetividade, a tecnologia e a sustentabilidade devem sempre estar equilibrados para o bem viver”, disse Patricia Mayer, sócia-diretora de Casacor Rio.

No prédio principal, ficaram as salas e livings. Três andares dedicados quase exclusivamente à arte de receber já que esta é uma vocação antiga do edifício. No terceiro andar, a varanda com vista para a Baía de Guanabara e para o Museu do Amanhã recebeu um charmoso bar. Já o galpão trouxe uma proposta de como seria morar na região portuária.

Dividido a partir do projeto de implantação assinado pelo arquiteto Mario Santos, teve, de um lado, o consumo com lojas e áreas comerciais; e do outro, a moradia com lofts e estúdios com metragens de 70m² a 90m². Ao fundo, a área de lazer dos moradores fictícios com o tradicional restaurante Casacor, o Wine Bar, Cozinha Gourmet e um Cine Lounge.

“Essa Casacor teve duas características bem marcantes: além de dar visibilidade a um patrimônio histórico da cidade que muita gente nem conhecia, apresentou uma proposta bem interessante do que seria morar naquela área do Rio, que tem tanto potencial e foi recuperada recentemente”, avalia Patricia Quentel, sócia-diretora de Casacor Rio.

Os arquitetos e seus ambientes

  • Cité Arquitetura (Recepção das Camadas);
  • Paola Ribeiro (Salão do Cais);
  • Bianca da Hora (Sala Shanti);
  • Cristiana Mascarenhas e Mariana Mascarenhas (Sala de Bilhar);
  • Mauricio Nóbrega (Varanda Deca);
  • Mario Costa Santos (WineLiving);
  • Victor Niskier (Leituratech);
  • Miguel Capanema (Estar em Pausa);
  • Leo Romano (Clube Leo);
  • Claudia Pimenta e Patricia Franco (Oásis Carioca);
  • Marcia e Manu Müller Arquitetura (Sala da Colecionadora);
  • Jean de Just (Além da Cozinha);
  • STUDIO RO+CA (Terraço RO+CA);
  • Gisele Taranto Arquitetura (CH’A Bar);
  • Tripper Arquitetura (Banheiro Elementos);
  • Jorge Delmas (Casa do Bem);
  • Duda Porto (NAU);
  • Isabelle Cassani (Lavabo Público);
  • Leila Bittencourt (Loft Coral #Co.living);
  • Sergio Novaes (Livraria);
  • Alexandre Lobo e Fabio Cardoso (Loft Premium);
  • Mariana Magalhães Costa (Loja da Casa);
  • Jacira Pinheiro (Casa DOA);
  • Dorys Daher e Guilherme Pereira (Loja de Óculos);
  • Paula Neder e Coletivo PN+ (Estúdio HUM para Leroy Merlin);
  • Lia Lamego (Espaço de Fragrâncias);
  • Toca Arquitetura (Estúdio Elã);
  • Tiana Meggiolaro e Bia Mayrinck (Home Bazaar);
  • Diego Raposo e Arquitetos (Estúdio do Viajante);
  • Lívia Quintela e Ricardo Gutemberg (Casa Zoo);
  • Cristina Côrtes e Claudia Sant’Ana (Loft do Casal Ciclista);
  • Mônica Gervásio (Wellness Loft);
  • Kilze Guimarães (Café do Porto);
  • Adriana Esteves e Mariana Junqueira (Docas Lounge);
  • Arc Studio Arquitetura (Archa Connect);
  • Emerson Araújo, Lenora Lohrisch e Ana Cano (Cine Lounge);
  • Deise Maturana (Cozinha Gourmet);
  • Isabella Lucena (Restaurante da Baía);
  • Roberta Nicolau (Wine Bar);
  • Carmen Mouro Arquitetura e Paisagismo (Varanda do Cais);
  • Rodrigo Barbosa (PIERG 21);
  • Sandro Ward (Jardim do Cais);
  • Maritza de Orleans e Bragança (Jardim das Esculturas);
  • Lao Design + Plantar Ideias (PORTODOSNÓS).

Descrição dos ambientes

Sala de Bilhar

Uma sala para reunir os amigos, jogar, se divertir. Um ambiente leve, descontraído, alegre… e rosa! Porque, afinal, salas de jogos não precisam necessariamente ter tons escuros e carregados. A ambientação faz um grande mix de peças, texturas e cores. Nas superfícies, tecidos, cordas, vidro, espelho e metal; nos móveis, peças com fibra natural e de madeira reciclada são usados juntamente com outras de antiquário. Uma kokedama gigante completa o ambiente numa referência à tendência Urban Jungle que tomou conta das grandes cidades.

Loft do Casal Ciclista

Com pé-direito duplo e uma vista deslumbrante para o mar, este loft foi pensado para um casal jovem, amante dos esportes e superconectado com o mundo e as novidades tecnológicas. Os ambientes são integrados e trazem o aconchego necessário para se viver bem. Mas aqui a tecnologia é o destaque. Pedalar no Central Park sem sair de casa? Esse casal pode. E faz! Com o uso de um grande painel de led e equipamentos de home fitness, este e muitos outros desafios ao ar livre se tornam possíveis.

Casa DO

A casa como um templo particular. Um lugar para meditar, orar, relaxar, encontrar a tranquilidade e revigorar as energias. Na decoração, isso se traduz de forma minimalista: poucos móveis e objetos dispostos de maneira confortável, cores muito claras, um pouco de couro nos móveis estofados e muitas plantas que ajudam a trazer ainda mais vida ao ambiente. Uma lareira a álcool completa a ambientação deste loft de 90m² em que prevalecem ambientes bem definidos e práticos.

Terraço RO+C

A vista deslumbrante e a belíssima arquitetura art-déco do edifício Touring convidam os visitantes a esquecer do tempo neste terraço, criado pelos arquitetos do sempre arrojado Studio RO+CA. O espaço – perfeito para aquele drink de fim de tarde com os amigos – ganhou uma ambientação clean, mas divertida, com jardim com plantas áridas e um simpático estar que apresenta a nova linha de móveis para área externa do arquiteto Arthur Casas. Destaque para o belo painel de flores na parede, criado pela arquiteta e artista Ani Cuenca.

Estúdio Elã

São muitas as referências a Ney Matogrosso no espaço criado em sua homenagem. O lápis preto que marcou as maquiagens no início da carreira e um de seus figurinos originais aparecem no closet, o espaço da transformação. O quarto – integrado à sala e à cozinha – é aberto, liberto e exposto, como sempre foi a postura de Ney. A sensualidade aparece pontuada no grande sofá, que funciona também como cama e ganhou um tecido terracota avermelhado. E sua forte ligação com a natureza está na cozinha, ambientada despretensiosamente com prateleiras abertas, objetos pendurados e uma grande ilha central.

A Casacor Rio é a primeira franquia da marca. A edição carioca teve início em 1991 e nesses 28 anos, segue sob o comando de Patrícia Mayer e Patrícia Quentel, sócias da 3Plus, empresa que organiza o evento reafirmando, a cada ano, o talento de um elenco que traduz, com criatividade, o jeito carioca de morar.


História política abrigou Casacor Minas

A 25ª edição da Casacor Minas foi realizada entre os dias 03 de setembro e 13 de outubro, no Palácio das Mangabeiras, imóvel tradicionalmente utilizado como residência pelos governadores de Minas.

A maior mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas, contou com 60 ambientes, assinados por 94 profissionais. Atentos à questão da sustentabilidade, diversos ambientes da mostra foram construídos com técnicas que reduziram a geração excessiva de resíduos não só nos canteiros de obras, mas também nos custos, além de proporcionar maior agilidade na construção.

Cerca de 500 profissionais entre arquitetos, design de interiores, paisagistas, pedreiros, pintores, marceneiros, jardineiros e soldadores trabalharam, diariamente, na construção e finalização dos ambientes. Considerando todos os projetos, foram investidos aproximadamente R$ 10 milhões apenas na área de construção civil.

“Desse total, contabilizamos cerca de R$ 4 milhões investidos nos jardins. Os outros R$ 6 milhões fazem parte da montagem das construções”, destaca Eduardo Faleiro, diretor da Casacor Minas. Outro custo apontado por ele é o de manutenção do Palácio das Mangabeiras, que chega a cerca de R$80.000,00/mês.

De acordo com Juliana Grillo, diretora comercial da mostra, cerca de 70 mil pessoas circularam no local, ao longo dos 40 dias de visitação. “Estamos radiantes com a oportunidade de comemorar 25 anos da Casacor Minas em uma das construções mais emblemáticas do estado”, comemorou.

E para conseguir atrair milhares de visitantes, um time de peso formado por renomados profissionais e jovens talentos foi convocado para encantar os visitantes. Nomes como Flávio Bahia, que esteve na primeira edição da mostra, em 1995, assim como Gustavo Penna, Pedro Lázaro, Estela Netto e Júnior Piacesi. Outros expoentes com diversas participações ao longo de suas carreiras e que também estiveram no time de 2019 são: Mário Caetano, Ângelo Coelho, Cristina Morethson, Juliana Vasconcellos e Valéria Junqueira. Soma-se ao elenco Rodrigo Aguiar, Will Lobato, Rodrigo Castro, Rodrigo Maakaroun, Sílvia Carvalho, Luis Gustavo, João Lucas, Joana Hardy, Antônio Valadares, Tereza Valadares, João Diniz, Bel Diniz, José Lourenço, Mariza Rizck Magalhães, Felipe Fontes, Betina Marques, Gabriel Passos, Túlio Manata, Fernanda Boratto, Vera Valenzuela, Nagela Rigueira Aud, Wanderlan Pereira, Lucas Lage, Andréia Campolina, Bárbara Drummond, Carolina Melgaço, Cynthia Silva, André Prado, Paula Zasnicoff, Tina Barbosa, Júlia Belisario, Carol Horta, Filipe Pederneiras, Karina Polatscheck, Érika Steckellberg, Graziela Costa, Kívia Costa, Mira Mundim, Renata Paranhos, Sheila Mundim, Juliana Couri, Maria Gabriela Nogueira, Natacha Nacif, Felipe Soares, Renata Basques, Érika Viana, Flávia Freitas, Flávio Lobato, Erly Hopper, Evaldo Rios e Maluh Amorim.

Entre os estreantes desta edição estão Marina Diniz, Paula Guimarães, Nídia Duarte, Carla Cruz, Rita Cruz, Philipe Pinheiro, Letícia Longuinho, Carolina Campos, Maria Clara, Igor Zanon, Daniel Tavares, Marcus Paschoalin, Bárbara Barbi, Murad Mohamad, Jéssica Sarriá,Uriel Rosa, Filipe Castro, Atamar Lorrani, Francisco Mascarenhas, Carol Quinan, Andréa Pinto Coelho, Mário Caetano, Aline Castro, Natália Freitas e Laura Penna.

Destaques

Recuperar parte da história da obra feita por um mestre do paisagismo. Esse era o desafio que Nãna Guimarães se propôs a realizar na mostra deste ano. A profissional foi a responsável pelo Jardim Burle Marx. A cena, que teve aproximadamente 400 metros, visava restaurar o projeto inicial assinado por Burle Marx nos jardins do Palácio das Mangabeiras. Para recriar parte desse ambiente da década de 1950, ela conseguiu obter seis espécies de plantas nativas brasileiras utilizadas pelo famoso paisagista: a Guaimbé, Camará, Bela Emília, Trapoeraba Roxa, Giesta e Agave.

Estúdio Mineral e Plante Comigo – Loja Essência. Projeto de loja de essências em que o espaço evidenciava uma linguagem contemporânea com o quadro Algozes V de Christus Nóbrega. A cerâmica bruta e o paisagismo indicavam o aspecto natural dos materiais, em oposição os materiais tecnológicos e industriais marcados pela cor branca.

Em sua quarta participação na Casacor, Flávia Roscoe assinou o projeto Suíte do Governador. O conceito da montagem do ambiente nasceu da seguinte reflexão feita por ela: “O que é ouro para você?”. Essa observação tem como objetivo apontar as responsabilidades que os políticos que ocuparam o local possuíam, não no sentido material, mas no de valorizar o que é do povo, no verdadeiro propósito de habitar aquele espaço. Os visitantes encontram, ao longo do ambiente, tons discretos em dourado, uma mesa de trabalho, uma poltrona de leitura de frente para uma bela vista, uma mesa para tomar o café da manhã, um painel atrás da cama que remetia à época da construção da casa na década de 1950, além de várias obras de arte. A ideia era criar a sofisticação e a leveza do acolhimento em um mesmo local.

Norah Fernandes e a estreante Bárbara Nobre foram as responsáveis pelo projeto Gabinete. Por meio de uma pesquisa realizada para entender como era o uso do local, além de valorizar os objetos originais da década de 1950, as profissionais optaram por contar a história do lugar por meio da decoração. Peças como um painel e uma sanca de iluminação de estrutura metálica daquela época foram restauradas. Um sofá do período também foi instalado no ambiente. Para trazer contemporaneidade, móveis no estilo Hi-Tech, como cadeiras ergonômicas, compuseram a cena. O grande diferencial que o público encontrou em um novo conceito de layout para escritório.

O Pavilhão Office, assinado por Fernanda Villefort, apresentou a concepção de espaço corporativo onde a afetividade ganhava espaço e aproximava o usuário de elementos multissensoriais. O ambiente propôs um percurso em forma de galeria para contemplação e comunicação com a arte, além de uma setorização integrada entre três esferas: business (reuniões/conexão com o outro) + meeting (treinamento / palestras / conexão com o mundo) + coworking (trabalho individual / conexão consigo mesmo / foco). Uma grande bancada de apoio serviu para oferecer desde o típico cafezinho até o atual happy hour. Já na parte da arquitetura, a proposta era trabalhar com materiais naturais e muita integração entre o interior e o exterior. Para isso, foi criado um invólucro em aço corten com faixas ritmadas e intercaladas com o vidro incolor para gerar sensações e intensidades de luz também variadas. Havia ainda a presença de um jardim vertical natural que dialogava com o entorno e enfatizava a importância da conexão com a natureza.

Preservação e patrimônio

O convênio de cooperação celebrado em junho entre o Estado e a Codemge destaca a importância da adequada manutenção e preservação do Palácio das Mangabeiras, que tem projeto inicial de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, com jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx. Além do evento, a proposta era que a Casacor promovesse benfeitorias, obras de infraestrutura, restauro, recuperação, manutenção e vigilância do espaço a ser ocupado por ela durante o período médio de seis meses ao ano, pelos próximos quatro anos.

Durante a 25ª edição da mostra, o público pode conferir o resultado do trabalho, promovido pela Casacor, de resgate e restauro do projeto paisagístico e arquitetônico do Palácio. Uma parte do jardim, inclusive, já pode ser vista com as espécies originais, em conformidade com o desenho de Burle Marx. Para Eduardo Faleiro, o evento foi uma oportunidade para abrir a porta de edifícios emblemáticos, que todos têm vontade de conhecer. “Só valorizamos aquilo que conhecemos. Então, temos uma luta muito grande na valorização do patrimônio histórico e consideramos a importância de que a população conheça, entre, entenda a beleza e ajude, de uma forma conjunta, a preservar mais o que ainda nos restou de memória da cidade”, concluiu.

Sobre o Palácio das Mangabeiras

Inaugurado oficialmente em 1955, o Palácio das Mangabeiras foi construído entre 1951 e 1955 para ser a residência oficial dos governadores de Minas Gerais. A edificação vem sendo utilizada para esta finalidade desde a sua inauguração, ocorrida durante o governo de Juscelino Kubitschek. Já o projeto paisagístico original é de Roberto Burle Marx, grande referência em sua área de atuação. Localizado aos pés da Serra do Curral, o Palácio segue o estilo modernista. Apesar de não ter as dimensões que outros palácios tradicionais da cidade como o da Liberdade, por exemplo, o Palácio das Mangabeiras tem uma importância histórica para a política de Minas Gerais, sendo palco de inúmeras reuniões e encontros decisivos.


Natureza e afeto na Casacor PE

Em Pernambuco, a mostra realizou a sua 22ª edição no Recife, exibindo aos visitantes o que é mais atual em tendências, equipamentos, mobiliário e materiais de arquitetura, design de interiores e paisagismo. A mostra repetiu o endereço da edição 2018, ocupando o casarão da década de 30 na Avenida 17 de Agosto, no bairro de Casa Forte.

A abertura aconteceu no dia 12 de setembro e o encerramento foi no dia 3 de novembro. Foram 51 dias de uma programação movimentada e variada, com entretenimento e eventos de gastronomia, conteúdo, saúde, experiências, reuniões corporativas, atrações culturais, ações sociais e muitos encontros.

O circuito, assinado pelo arquiteto Mário Santos, surpreendia os visitantes, com roteiro para os cinco mil metros quadrados de área, que contemplavam desde o posicionamento do acesso, que dava as boas-vindas com um mural de 70m² assinado por Derlon Almeida, até o ponto da piscina e seu deck. O interior da casa foi ocupado por um mix de salas em várias versões: para jantar, sonhar, estar, ouvir música, ler, beber vinho, relaxar ou conviver com a família. No total, 37 ambientes e mais de 60 profissionais e 86 parceiros envolvidos nos bastidores do projeto.

Na área externa, circundada pelos jardins, roteiro de convivência com Café Santa Clara, Joalheria ME/Por Duda Queiroz, Living Coral, Espaço Gourmet da Copergás, Reserva Vivix com Restaurante Tapa de Cuadril, Office Bar Stela Artois, Cine Prime Zafiro, Loja de Artesanato Sebrae e Centro de Artesanato de Pernambuco, Espaço do Sentir Arauco, Refúgio Arbor, Livraria CEPE, Casa Conectada LG, Espaço de Brincar Novo Quintal, Garagem Lexus, Loft Morhar, Espaço Zen da Deca e muitos points e oportunidades de encontros. Outro ambiente que fez sucesso foi o espaço instagramável do Plaza Shopping Casa Forte, assinado pelo artista Raoni Assis, em homenagem ao paisagista Roberto Burle Marx. A Casacor Pernambuco contou ainda com o apoio da Caixa Econômica Federal e da Leroy Merlin.

Este ano, as franqueadas Carla Cavalcanti e Isabela Coutinho optaram por continuar na Zona Norte do Recife, onde está a maioria dos imóveis preservados da nossa capital. “Contamos com o apoio do Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural do Recife (DPPC) e pudemos dar a nossa contribuição, recuperando e devolvendo vida a casas icônicas da nossa cidade. Isso é muito gratificante para nós”, comemoraram. Aliás, o propósito de deixar heranças relevantes para a cidade tem ganhado força nos últimos anos.

Em 2018, a mostra contabilizou doações significativas. O mobiliário urbano da área de convivência foi transferido para o Jardim Secreto de Apipucos. A ConcrEpoxi Artefatos, através do Centro de Inovação Fábrica de Cidades e Parceiros como Solace Energia,Villa Garden e Steel Decor, transplantou o espaço Cidade Cor, com projeto de Renata Gaudêncio e Luciano Lacerda, imortalizando a mostra e contribuindo com a urbanização de um espaço carente de infraestrutura. Já a Arauco Melamina, indusparquet e Arbor Cortinas aderiram à articulação da Casacor Pernambuco e Prefeitura do Recife, apoiando a ideia de transferir a arena geodésica, espaço concebido pelo arquiteto Paulo Carvalho, e transformá-la em centro de recepção dos visitantes do Jardim Botânico do Recife.

Espaços

Livraria CEPE – Baaus Arquitetos

O projeto da livraria, assinado por Aline Fernandes e Bárbara Morato, teve como inspiração a figura do oleiro. Espiritualmente, o oleiro representa a criação do homem a partir do barro, material usado de forma criativa pelas arquitetas como protagonista do espaço. Sua beleza e rusticidade reforçaram o regionalismo e prepararam a moderna livraria para receber o especial acervo da Companhia Editora de Pernambuco. O espaço contou ainda com uma acolhedora área externa, onde visitantes puderam ler.

Sala de Brincar – Studio M2 Arquiteta

Projetada para estreitar os laços entre pais e filhos, a Sala de Brincar trouxe a criança como protagonista. O espaço foi pensado para estimular a criatividade, explorando diversas brincadeiras e o design lúdico e afetivo. Os detalhes refletiam o conceito do ambiente, o piso iniciava a brincadeira, com a caça ao tesouro, a casa na árvore conectava a infância de pais e filhos, para mergulharem juntos no mundo da imaginação.

Restaurante Vivix – Dubeux Vasconcelos Arquitetura

O restaurante foi inspirado nos contornos de um cubo mágico e envelopado por vidro, que ora refletia o verde do entorno, ora explodia luz. O terraço e o espelho d’água integravam os ambientes interno e externo em total harmonia com o paisagismo. A contemporaneidade do projeto se revelava na construção sustentável, com uso de materiais naturais. O mobiliário e a iluminação foram assinados pelos arquitetos.

Sala de sonhar – Zezinho e Turíbio Santos

O espaço evocava uma atmosfera onírica e de aconchego. “Tentamos sair do convencional, fazendo um ambiente que fosse mais um estado de espírito do que um cômodo propriamente dito. Era um local para parar, ouvir música, ler e conviver”, explicou Zezinho. Um painel de J. Borges foi um dos destaques da sala.

Planeta Casa

O tema nacional de todas as mostras em 2019 foi Planeta Casa. O conceito, inspirado na tendência do lar como universo particular de cada indivíduo, onde as mudanças e conexões surgem e transformam o entorno e a comunidade. “É pensar de dentro para fora, começando pela nossa individualidade e nosso propósito como ser humano, somente assim consegue-se enxergar o outro, como um elo no cuidado com o mundo”, explicou Lívia Pedreira, diretora superintendente da Casacor.

Sobre a CASACOR

Pertencente ao Grupo Abril, a Casacor é reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas. O evento reúne, anualmente, renomados arquitetos, decoradores e paisagistas e em 2019 chegou à sua 33ª edição em São Paulo, com 20 praças nacionais (Alagoas, Bahia, Balneário Camboriú, Brasília, Ceará, Espírito Santo, Franca, Florianopólis, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo), e mais seis internacionais (Miami, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai e Peru).

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Manu Souza é gestora de comunicação e editora da Revista da Anicer.

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