Hoje é:20 de setembro de 2024

Abóbadas de tijolos flutuantes

Projeto residencial ambicioso coloca construção em meio a uma densa vegetação em Oaxaca

Por Manu Souza com informações da Archdaily | Imagens: Jaime Navarro e Sergio López

A primeira coisa que você vê quando se aproxima dessa residência são três abóbodas de tijolo flutuando no meio da vegetação densa da costa de Oaxaca. Tendo a natureza como estrela principal, o escritório de arquitetura mexicano Ambrosi Etchegaray inseriu três grandes construções de tijolos cerâmicos, em meio a mata. Os visitantes chegam ao local por meio de um pequeno caminho, que se abre à uma grande clareira. A construção se reflete no lago que acompanha a construção, dando um ar de templo ao local.

O local tem um plano retangular subdividido em seis espaços também retangulares, onde três pátios e três espaços cobertos são alternados pelas abóbodas. Os dormitórios estão localizados em dois deles, com seus banheiros que abrem e fecham por meio de portas e juncos de madeira. No terceiro, completamente aberto, estão as áreas de estar, comer e cozinhar. E no centro, a água, uma presença constante, como lembrança da proximidade do mar, que apesar de não ser visto daqui, está a 100 metros de distância.

Levando em conta a economia da construção e a facilidade em obter o material cerâmico, o projeto se tornou real. Nas proximidades da construção, era possível encontrar com facilidade os blocos. Além disso, havia a disponibilidade de obter muitos pedaços de resíduos de tijolo. Um método construtivo simples, que permitia atender aos horários de trabalho ajustados solicitados. Outro fator importante no projeto é que as abóbadas, juntamente com as grades de junco, fazem o vento fluir o tempo todo pelos espaços interiores, enquanto a água esfria do lado de fora, em um clima muito quente e úmido. Tudo isso gera uma atmosfera de calor e frescor ao mesmo tempo.

Essa residência é uma demonstração de que, com poucos elementos bem pensados, uma relação adequada com o clima e com a natureza, a ordem construtiva não é contrariada pelo aparente caos que a cerca, pelo contrário, é complementada e imitada; e também é um lembrete de que a simplicidade é sempre elegante.

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Manu Souza é gestora de comunicação e editora da Revista da Anicer.

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