Hoje é:20 de setembro de 2024

Arquitetura aliada à cerâmica vermelha

Projetos trazem o produto cerâmico como protagonista

Por Juliana Meneses | Imagens: Samir Hoff, divulgação

Os produtos de cerâmica vermelha têm um estilo próprio e estão entre os revestimentos queridinhos dos arquitetos e dos clientes. Quando se pensa em algo que seja ao mesmo tempo cheio de personalidade e capaz de proporcionar ao ambiente um ar de aconchego e conforto, é justamente esse tipo de material que vem à mente.

Além das paredes de tijolinhos a mostra, que são usadas nos mais variados locais, tanto externos, quanto internos, sendo sobrepostos com outros materiais e compondo os mais distintos cenários, o material cerâmico também é muito conhecido pela utilização em telhados. As telhas cerâmicas proporcionam uma qualidade térmica excelente, estética clássica e tradicional.

O projeto da SouArquitetura, de autoria das arquitetas Lívia Sá e Raissa Rodrigues, conta com a utilização de telhas cerâmicas, um pedido feito pelos clientes que queriam um material que fosse resistente ao tempo e ao clima. “Quando iniciamos o projeto, a partir do programa de necessidades, uma das solicitações dos clientes foi que a residência tivesse uma cobertura com telhado cerâmico. A cobertura foi, portanto, o ponto de partida da fachada. Além do efeito estético, conseguiríamos um bom isolamento térmico e praticidade na execução”.

As arquitetas criaram um design arrojado e diferente para a utilização das telhas, escolhendo um formato diferenciado que pudesse proporcionar ao projeto um estilo próprio. “Optamos por um telhado com um único caimento, de forma que ele fosse ponto de destaque, pelo seu material e altura. Ele trouxe a imponência que buscávamos, evidenciando um dos volumes do projeto. A esse volume, associamos outros menores, os quais receberam revestimentos mais rústicos, como pedra e madeira. O conjunto alterna a ideia de cheios e vazios, trazendo leveza e contemporaneidade à obra”.

Já o projeto da Poli Arquitetura, dos arquitetos Nathália Possamai e Rodrigo Lisbôa, que também realizou um projeto de utilização de telhas cerâmicas, optou pelo modelo tradicional de telhado, muito utilizado em todo país. Os arquitetos contam que a escolha pelo produto foi justamente pela preservação da identidade visual que este material tem na cidade onde ela fica localizada.

“Essa casa fica no povoado Alecrim, no município de Teotônio Vilela, Alagoas. Foi feita para meus parentes, projetada por nós, da Poli Arquitetura. Ela foi construída onde antes havia uma outra casa, menor e que teve que ser demolida. A ideia do projeto era ter uma casa espaçosa, com três quartos e no que diz respeito ao material cerâmico, escolhemos a telha de argila por ter tudo a ver com o local, a identidade e tipologia das casas”.

A arquiteta Li Puente, sócia da LP21, que trabalha com projetos e execuções residenciais e comerciais, conta que em seu projeto de um Bistrô, a concepção foi feita a partir da utilização do material cerâmico, já que o cliente queria algo que pudesse ser, ao mesmo tempo, afetuoso e contemporâneo.

Foi quando surgiu a ideia de uma grande parede de tijolinhos no decorrer de toda a varanda do terraço, área de convívio do bistrô, com aplicações pintadas da Monalisa, modernizada e colorida, sob um dos bancos com almofadas coloridas. Também foi utilizado o tijolinho na parede da escada que dá acesso a parte inferior do local, do chão ao teto, dando a sensação de harmonia e continuidade ao projeto.

“Este sobrado dos anos 40 foi a escolha da chef para seu restaurante-conceito de cozinha contemporânea com afeto. Também foi utilizado na premissa do projeto: metal, tubulações aparentes e cimento queimado, que traduzem o contemporâneo, mas o que traz o aconchego ao espaço são os tijolos aparentes, os quais revestem a parede que conecta ao segundo pavimento, assim como toda a área externa de um pequeno terraço”.

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Juliana Meneses é jornalista na Anicer.

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