Hoje é:25 de novembro de 2024

Tendências de arquitetura e decoração de interiores para 2021

Quais as melhores escolhas para deixar o lar ideal para as novas necessidades

Por Juliana Meneses | Imagens: Manu Souza e divulgação

Mesmo com o ano novo, é inevitável falar sobre como os impactos da pandemia afetaram o modo de vivenciar as moradias. Assim, o que vem sendo apresentado como tendências de arquitetura e decoração para 2021 é um reflexo das maiores necessidades dos moradores neste período de isolamento social e mudanças significativas quanto a ficar mais tempo em casa, sobretudo para trabalhar, estando no mesmo ambiente em que realiza as atividades de lazer.

Foi sentido por todos uma necessidade de que os lares pudessem comportar uma grande funcionalidade, ou seja, não exigisse trabalhos desnecessários no cuidado com a casa, mas também que o espaço fosse mais acolhedor e bonito, para que possa proporcionar prazer para quem vive nele.

Outra necessidade observada são áreas para o desempenho do home office e estudo, com mesa e cadeira confortável e uma iluminação adequada.

A arquiteta Carol Diez acredita que após tudo que houve em 2020 é natural que as tendências para arquitetura e decoração de interiores este ano sejam um reflexo dessa vivência. Ela crê que o consumo consciente estará em alta, bem como itens que sejam práticos e funcionais para o ambiente. “A tendência para o novo ano, com certeza, será um reflexo de tudo que vivemos e aprendemos em 2020. A reconexão com a natureza, a valorização do que realmente importa, o consumo consciente, a praticidade e funcionalidade da casa em contrapartida com o aconchego e um maior uso da tecnologia, todos esses sentimentos virão muito forte na decoração”.

Carol aposta também em uma decoração conectada com tudo que possa trazer sensações de bem-estar e conforto, algo que foi tão importante neste período vivenciado. “A sensação de que não precisamos de muito para ser feliz aparecerá na decoração, tendo ambientes menos carregados e mais funcionais e com conforto. O caminho do trabalho se tornou inverso, se antes almejávamos abrir um escritório fora de casa, hoje o desejo é poder trabalhar de casa, com todo o conforto e tecnologia”.

A arquiteta acredita que para ampliar esta sensação, a utilização de plantas e cores terrosas podem ajudar. “Iremos ver bastante vegetação, visto que isso se tornou uma enorme necessidade humana em 2020. O uso de jardins verticais, plantas ornamentais, hortinhas caseiras, além de materiais que remetam a natureza como a madeira, a pedra, o barro estarão em alta. As cores terrosas, ocres, verdes, rosas secos, tons neutros estarão entre as principais tendências. Podemos ver pela cor do ano escolhida pela Coral: Pedra Esculpida e suas variações”.

Sobre a arquitetura, ela acredita que as modificações logo na entrada das casas e apartamentos são o maior destaque, a chamada zona limpa, espaço destinado a deixar o que vem da rua, além de melhorias em espaços habituais. “Quanto a arquitetura em si, veremos transformações nos halls de entrada, com locais para deixar sapatos e casacos vindos da rua, mais cozinhas integradas à sala e home office”.

Nesses tempos de distanciamento, a conexão virtual se tornou imprescindível para comunicação com o mundo exterior, havendo uma alta em produtos ligados a tecnologia, mas Carol destaca que além disso, houve um crescimento na necessidade da arquitetura e design afetivos, para auxiliar a apaziguar as ausências da vida de antes. “Ao mesmo tempo que valorizaremos o uso da tecnologia para facilitar na limpeza e funcionamento da casa (como robôs, eletrodomésticos para fazer comidas mais rápidas, automação através de aplicativos…), a afetividade estará muito presente, com isso, teremos itens da decoração que remetam às raízes dos moradores, a história deles através do design. Aqui, entram os objetos artesanais, a arte popular, o conceito DIY (faça você mesmo) e a sustentabilidade”.

Para as arquitetas Lívia Sá e Raíssa Rodrigues, do escritório Sou Arquitetura, houve no ano passado uma necessidade de reorganização dos ambientes nos lares, o que deve se refletir nas tendências dos projetos de 2021. “Em 2020, tivemos que passar mais tempo em casa. Fomos obrigados a pensar mais nela, na adaptação dos seus espaços à novas atividades, na organização mais fluida do seu layout. 2021 deve demonstrar isso nos nossos projetos”.

Para aqueles que estão procurando um novo imóvel, a dupla de arquitetas aposta que haverá uma busca por espaços para lazer, como varanda e em espaços práticos e fáceis de limpar. “O hall com espaço para sapatos e o home office planejado e criativo devem ser novas exigências. Na procura por um imóvel, a pergunta “onde consigo trabalhar aqui?” pode ser recorrente. A varanda deve ser bem procurada, visto que é o ambiente em que conseguimos integração com o externo. Ambientes mais minimalistas e espaçosos, fáceis de limpar e aptos a receberem novas atividades também podem ser uma prioridade”.

Para Lívia e Raíssa, as cores fortes e terrosas devem estar em alta. “Além disso, ambientes com cores mais fortes são uma boa aposta, principalmente nos tons terrosos. A pintura, sendo uma solução rápida e com grande potencial de transformação, pode aparecer de formas diferentes, como nos tetos e nas meias paredes”.

Elas acreditam que os itens de decoração artesanais devem ser outra tendência para este ano. “Considerando que novos hobbies foram criados, plantas e peças de crochê, por exemplo, também devem aparecer mais na decoração. Materiais como o metal e o ladrilho hidráulico devem continuar aparecendo, mas repaginados, destacando-se não só nas paredes, mas no mobiliário. Somado à eles, também devemos encontrar peças mais regionais e artesanais, reforçando a mistura de estilos e valorizando cada vez mais quem está perto, tendência maior dos últimos tempos.

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Juliana Meneses é jornalista na Anicer.

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