Hoje é:24 de novembro de 2024

Quem tem medo de concorrência?

Por Ed Wanderley

O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.

Há um velho ditado que se mantém ao longo dos séculos: “mantenha seus amigos perto e seus inimigos ainda mais perto”. No campo da comunicação, seja ela de guerrilha ou não, é preciso observar o que seus concorrentes estão fazendo, como se posicionam e a experiência que seus clientes têm para melhor compreender o mercado e roubar a atenção de potenciais clientes. É preciso conhecer para evitar e superar.

Quando falamos em publicidades, isso fica fácil de enxergar. Campanhas de cervejas, carros, magazines e linhas alimentícias, por anos, dominaram as faixas televisivas e radiofônicas para te fazer rir, emocionar ou ter desejos. Como o setor é regulado e há padrões de comportamento limitados, você não verá campanhas de ataque direto aos principais concorrentes, como são comuns nos Estados Unidos. Você nunca verá ações publicitárias que citam e mostram outras marcas dessa forma no Brasil:

E, acredite, é para o melhor. Caso contrário, em reino de fake news, as campanhas de difamação, típicas das faixas eleitorais, deixaram de nos acompanhar a cada dois anos para ser status quo cotidianamente – imagine só tempo, dinheiro e saúde que você não precisaria gastar protegendo a honra de sua empresa, sua, de sua família e cachorro?

Trazendo para o campo mais prático e do dia a dia, não é preciso atacar a concorrência, mas aprender com ela. Sabendo seus pontos fortes e o que atrai pessoas para o negócio ao lado, você muda sua comunicação, sem necessariamente variar nos preços. Se seu público busca praticidade, é isso que você tem que exibir, com casos práticos, no ponto de venda ou nas redes sociais. Se, por outro lado, é durabilidade, recorra a casos práticos, depoimentos reais, imagens e relatos humanizados, de seus próprios clientes reais, convencem mais do que fichas técnicas, promoções sazonais ou publicidades tradicionais.

Mais do que nunca, é preciso pensar em conteúdo e experiência. Do mesmo jeito que você acaba mais disposto a pagar mais caro quando envolto em um ambiente mais sofisticado, seu cliente se pautará menos pelo preço se fisgado pela confiança no valor que você evidenciou como um dos principais e que, para ele, faz toda a diferença. Perceba a estratégia de seus competidores, adapte-a à sua realidade, sempre apostando em recall. Lembre-se que quem não é visto não é lembrado. E ser lembrado num tsunami de informações é um ativo que não tem preço.

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Ed Wanderley é repórter e escritor, natural de Pernambuco, destacado entre os 100 jornalistas mais premiados do Brasil. Torcedor do Sport e entusiasta da lógica de que quando a informação não é o bastante, só o humor salva.

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