Hoje é:19 de setembro de 2024

Casa das Caldeiras

Prédio que antes abrigava caldeiras vindas da Europa funciona hoje como associação cultural

Por Thais Ribeiro para a Revista da Anicer

Edifício fabril da década de 1920, a Casa das Caldeiras foi construída para abrigar caldeiras vindas da Europa que produziriam energia para todo o parque industrial que se erguia pelas mãos do Conde Francesco Matarazzo, numa área de aproximadamente 100.000 m². Foi no bairro da Água Branca que as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo – IRFM se instalaram como o primeiro Parque Industrial com noção de verticalização da produção.

Fotografia da Casa das Caldeiras na década de 1920.

O ramal ferroviário interligado à área de produção constituiu um dos fatores determinantes para a sua localização, pois privilegiava o recebimento de matéria-prima e o escoamento da produção. Tombado em 1986 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico – Condephaat e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, como edificação remanescente das IRFM, o espaço monumental, um exemplar típico da arquitetura fabril de alvenaria de blocos maciços possui três grandes chaminés e um pé direito altíssimo. A estrutura recebeu grandes janelas, elementos vazados, túneis-galerias que remetem a passagens subterrâneas e fornalhas que eram alimentadas por carvão.

Fotografia atual da Casa das Caldeiras com duas das três grandes chaminés.

O edifício foi restaurado em 1998 quando passou por revitalização para um novo uso e voltou a participar dos acontecimentos e do desenvolvimento da cidade como um lugar especial para as celebrações e os eventos sociais, institucionais e artístico-culturais. Em 2005, a Associação Cultural Casa das Caldeiras – ACCC foi criada para implantar e desenvolver uma ocupação artística e cultural para o espaço Casa das Caldeiras, através de um plano de ocupação múltiplo que valorizasse também o talento do espaço para os eventos. Hoje, a ACCC, resgata a função original do edifício para gerar energia para as artes e a sociedade.

Os túneis eram usados como passagens subterrâneas para alimentar as fornalhas com carvão.

Os edifícios Casa das Caldeiras e Casa do Eletricista são as únicas construções que remanesceram do complexo que produziu sabonetes, álcool, óleo vegetal, vela, mecânica e fundição, sacarias etc.

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