Por Gabriel Medeiros | Ilustração: Guilherme Figueiredo
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Esse artigo não tem a menor pretensão técnica/médica, apesar de permear o marketing, se você tem interesse nos desdobramentos psicológicos da dismorfia, esse artigo talvez não seja pra você.
O espelho sempre foi nosso termômetro. Imagina uma vida sem espelho! Daquela projeção, fiel ao nosso momento, você toma as medidas necessárias pra seguir em frente. Sair de casa, ir para o trabalho ou encontrar uma pessoa. O espelho define a nossa autoestima.
Até aí tudo bem, o espelho existe há “trocentos” anos e já sabemos muito bem lidar com ele. Mas, você já aprendeu a lidar com a sua autoimagem depois dos filtros do Instagram? Muita gente, não!
De tanto usar filtro e gostar daquela imagem, o espelho virou um vilão para muita gente. Muita mesmo! Virou um transtorno, conhecido como dismorfia da rede social, que afeta a percepção da beleza. Que deprime as pessoas. Pessoas que antes das redes sociais, já sabiam como lidar com suas imperfeições e a partir do momento que um aplicativo passou a corrigi-las, tomaram essa nova ferramenta como realidade.
Criou-se um problema enorme para a sanidade mental e, de tabela, para a cabeça do Mark Zuckerberg, que sempre de olho na maré, já cogitou notificações de distorção de imagens nas fotos postadas nos Stories e nos vídeos. A primeira notícia é que a Noruega já se adiantou e fotos de rosto e corpo editadas terão notificação. É um prenúncio de uma luta contra padrões de beleza inalcançáveis.
A dismorfia corporal é algo sério, afeta principalmente adolescentes em fase de formação da personalidade, mas adultos também não escapam. Estamos, todos, sujeitos a isso.
Vamos acompanhar os próximos passos do Mark no que faz sentido a dismorfia, mas tudo indica que o aplicativo sofrerá atualizações, além dos primeiros testes da Noruega. Para pais e mães, sempre dois olhos abertos em seus filhos nas redes sociais.
Pra você, criador de conteúdo, abrace o imperfeito como perfeito, diminui no filtro, mostra que ser humano é justamente não ser perfeito. Isso não é só uma tendência de “manada”, ditada por imposições externas, isso é uma doença que deve ser combatida, justamente por quem cria conteúdo e dita tendência na rede social.
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