Hoje é:20 de setembro de 2024

ADM de uma obra e seus custos

Por Caio Fontoura

**O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.

Se você trabalha realizando obras de construção civil e fica de cabeça quente para que o custo da gestão da obra não represente um grande peso no orçamento, este artigo é para você. Para você que realiza pequenas obras e reformas, não deixe de ler.

Cotidianamente, nos deparamos em tomar decisões bem críticas durante alguns trabalhos: contrato mais pessoas para a adm da obra? Qual a função que necessito? Vai ser realmente rentável? Será que eu não consigo fazer estas atividades?

Quando as pessoas falam de custos da obra a primeira coisa que vem à cabeça é o custo com a mão de obra que vai fazer cada serviço, é o custo do material que será aplicado em cada etapa, os clientes enxergam isso perfeitamente. O difícil é o seu cliente entender que para a “orquestra tocar” precisamos de um “maestro” e outras pessoas que vão ajudar o maestro. Sem rodeios, o que quero dizer é que as obras precisam de arquitetos ou engenheiros, estagiários, técnico de planejamento, computador, impressora, internet, vigia, alarme, câmeras de segurança… não vou avançar muito para não ser muito detalhista mas entendam que fazer obra vai muito além do que comprar aquele porcelanato 1,20 m x 1,20 m e falar para o pedreiro assentar, se fosse somente isso qualquer pessoa faria uma obra.

Uma grande dificuldade dos gestores de obra é: até onde devo investir na adm da obra? A depender do porte da obra, o setor adm pode impactar no orçamento final, principalmente em pequenas reformas. Sugiro duas avaliações para tomar as decisões assertivas. A primeira é: quanto tempo posso dispor diariamente para acompanhar a obra? A segunda é: a obra tem detalhes e técnicas construtivas que demandam uma atenção especial? Quanto menor seu tempo disponível, maior será a necessidade de aumentar a equipe, quanto maior a complexidade da obra, maior será o nível de capacitação de sua equipe e controle dos trabalhos.

E para alocar tudo isso aos custos? Antes de tudo, seu cliente deve saber que ele está contratando uma “orquestra” para se apresentar no melhor teatro da cidade, uma apresentação de uma orquestra não é a mesma coisa que uma voz e violão no barzinho da esquina. Busque entender qual a maior demanda que você tem: planejamento? RH? Financeiro? Logística? Busque sistemas que ajudem com as demandas existentes, avalie se um sócio para a obra funciona bem, contrate pessoas para realizar as demandas com maior rotinas.

A concorrência é desleal, sempre foi e nunca deixará de ser. Mas se você se comportar como a sua concorrência, você sempre será um deles. Seja profissional, se posicione e cumpra o compromisso assumido com seu cliente, ele se tornará leal a você e assim você não terá concorrência.

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Arquiteto e urbanista, pós-graduado em tecnologia no gerenciamento de obras. Atua em construções de edifícios para o mercado imobiliário da cidade de Salvador (BA). É sócio da AF Engenharia, empresa que atua nos setores industrial e comercial, prestando serviços de planejamento, coordenação de projetos e execução de obras em diversas cidades das regiões norte e nordeste do Brasil.

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