Hoje é:19 de setembro de 2024

Ceramistas visitam feira de mineração e indústrias cerâmicas no Peru

Projeto em parceria com o Sebrae subsidiou empresários associados ao Sindicer para imersão no país latino-americano

Com informações de Alexandre Zaccaron – Sindicer/Morro da Fumaça | Imagens: Divulgação

O Sindicato da Indústria de Cerâmica Vermelha de Morro da Fumaça – Sindicer, em parceria com o Sebrae, enviou um grupo de treze empresários associados à uma missão empresarial no Peru para participar da ExpoMina Peru 2022 e visitas técnicas a uma série de indústrias do ramo, entre os dias 26 de abril e 04 de maio.

O projeto foi proposto e desenvolvido pelo Sindicer, com auxílio do consultor técnico Vitor de Souza Nandi, da NF Soluções, e teve aporte da gerência de Internacionalização do Sebrae. O objetivo principal da missão empresarial foi conhecer novas tecnologias na área de mineração, frente às dificuldades que o setor vem encontrando na obtenção de matéria-prima, base na fabricação de cerâmica vermelha.

Para Nandi, o Peru é um dos países que fabricam elementos cerâmicos com materiais de baixa plasticidade e que podem ser tomados como exemplo pelo empresário sulcatarinense. “A proposta das visitas técnicas, é conhecer como a indústria cerâmica peruana se comporta com a utilização de uma matéria-prima mais arenosa e com menor teor de plasticidade”, explana Nandi.

Para Alexandre Zaccaron, representante do Sindicer na organização da missão, a participação na ExpoMina se faz necessária para complementar o conhecimento dos ceramistas frente às dificuldades encontradas na obtenção dessa matéria-prima. “O uso do taguá em nossa região é restrito a um grupo muito seleto de empresas, muito, devido ao fato da dificuldade de mineração e beneficiamento desse material, que é um argilito muito duro”, descreve Zaccaron.

E conclui: “A participação na ExpoMina e as visitas técnicas em Lima, pôde mostrar ao industrial de nossa região, como os minero-ceramistas peruanos se adequaram para emprego no taguá no processo produtivo cerâmico”.

Nandi também explica que a utilização do taguá traz benefícios, como ganho de produtividade e qualidade. “Devido a natureza físico-química e mineral do taguá, a introdução desse material, mesmo que em teores menores, pode acarretar em ganho de produtividade, devido ao aumento de velocidade de secagem e melhoramento das propriedades físico-mecânicas do produto, tendo um material mais resistente com menor perda pós-queima”.

Em Santa María de Huachipa, um centro populacional localizado no distrito de Lurigancho-Chosica , em Lima, o grupo esteve na Ladrillera Cerandes S.A.C., uma indústria cerâmica que fabrica tijolos exclusivamente com material britado, onde foram atendidos por Eduardo Giunti Eguren e Marco De La Cruz, que mostraram todo o procedimento de preparação da massa, além do processo de conformação, secagem e queima.

Posteriormente, o grupo foi para Cusco, onde conheceu a área industrial do Distrito de San Jerónimo, com mais de 200 pequenos fabricantes de tijolos, das mais variadas formas de produção. Ali, foram recepcionados por Melquiades Camala Flores, proprietário da Ladrillos Camala e gerente geral da Sociedad Minera Asociación tejas I ladrillos Sucso Auccaylli SA, uma associação que tem a função de minerar argila para os pequenos produtores de cerâmica vermelha da região e defender os interesses do setor. Na ocasião, os ceramistas catarinenses tiveram a oportunidade de fazer uma troca de experiência com os produtores peruanos.

Para o presidente do Sindicer, Renato Zaccaron, a missão foi um divisor de águas aos produtores brasileiros. “Voltamos para o Brasil com uma bagagem mais ampla e com um conhecimento mais apurado sobre matéria-prima e tecnologia de mineração”, descreve o presidente, que completa: “Essa parceria com o Sebrae tem proporcionado ao ceramista de nossa região a oportunidade de poder crescer e se abastecer de informações, aumentando a possibilidade de fortalecimento”.

O Sindicer, junto com a NF Soluções, em parceria com o Sebrae, está monitorando as oportunidades que o setor pode buscar para estimular o produtor cerâmico, seja em participação em feiras, como em visitas técnicas e até mesmo na busca de aperfeiçoamento de gestão e processo.

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