Por Carlos Cruz | Fotos: Parham Taghioff/archdaily
O edifício residencial Saadat Abad foi inaugurado em 2018 na cidade de Teerã, no Irã. Projetado pelo arquiteto Mohsen Kazemianfard, da Fundamental Approach Architects, o prédio, com 1300 m², apresenta uma saída inteligente para quem busca maior conforto e privacidade, sem negar o espaço urbano ou isolar-se dele.
Implantado em um terreno bastante compacto, o projeto foi pensado para integrar seus espaços internos com a paisagem urbana do entorno, criando apartamentos amplos e bem iluminados, mas que mantivessem a privacidade de seus moradores. A partir disso, os responsáveis pela obra perceberam que a fachada desempenharia um papel fundamental.
Em projetos urbanos deste tipo, a fachada não apenas representa a identidade formal do edifício, a maneira como ele se apresenta à cidade, mas também atua na interface entre os espaços públicos e privados.
Historicamente, os grandes centros urbanos priorizaram uma ocupação de alta densidade, limitando o tamanho dos lotes e reduzindo as fronteiras urbanas de seus edifícios. Desta maneira, os edifícios passaram a ser entidades cada vez mais isoladas, negando o espaço público e encerrando-se em seu próprio mundo. Aberturas passaram a cumprir apenas tarefas objetivas, permitindo uma iluminação e ventilação minimamente suficientes além de garantir a segurança de seus moradores.
Neste projeto, a fachada do edifício funciona como uma espécie de segunda pele. Como janelas que se abrem, o arquiteto projetou uma trama de tijolos cerâmicos maciços para criar um espaço em constante expansão, filtrando a luz e mediando a relação entre interior e exterior de forma dinâmica e generosa.
No inverno, esta trama de tijolos permite que a luz penetre livremente no interior do edifício, criando um efeito cênico de luz e sombra, não apenas iluminando o espaço, mas também trazendo calor. Por outro lado, o afastamento entre a fachada de tijolos e as paredes de vidro impede que os raios de sol penetrem no interior durante os meses mais quentes do ano, permitindo ainda ventilar os ambientes minimizando a necessidade de sistemas de condicionamento de ar.
A empresa responsável pelo projeto aposta que a ideia possa ser incorporada como um modelo prático para projetos urbanos semelhantes.
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