Projeto Desinstalação do escultor e ceramista Márcio Prado chamou atenção pela beleza e ousadia da ideia
Por Manu Souza | Imagens: Divulgação
Quatro mil e noventa e seis cubos maciços de cerâmica refratária formavam um grande cubo no jardim do Museu Oscar Niemeyer, na cidade de Curitiba, Paraná. O projeto, do artista paulista Márcio Prado, foi executado dentro do Atelier de Escultura da Fundação Cultural de Curitiba e financiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
O nome Desinstalação foi escolhido pelo fato de que, durante seis semanas, o cubo foi desmontado gradualmente e a sua fragmentação gerou sessenta e quatro partes, com módulos de sessenta e quatro unidades, que foram levados para outros espaços públicos ou privados da Cidade. Deste modo, o artista pretendeu estabelecer uma proposição na qual a dicotomia entre Matéria e Vazio sustentam o discurso artístico.
“Curioso é observar que as pessoas diante do cubo, acham que ele é formado somente de uma ‘casca’. Ele pesa dezesseis toneladas e o público teve certeza disso a partir do momento em que os módulos começaram a “desaparecer”, revelando as unidades que estão dentro”, explica o artista.
Após a total desinstalação da peça, o espaço vazio recebeu duas lâminas de vidro com as mesmas dimensões do cubo de cerâmica, uma transparente e a outra espelhada nas duas faces, colocadas em ângulo de noventa graus e um módulo branco. A ideia do artista foi estabelecer a permanência da memória de uma antiga vestimenta.
Prado, que já teve experiência com diversos materiais diz que não poderia optar por outro material que não a cerâmica para esta instalação. “Já tive experiências com o bronze, o cobre, o ferro, a madeira, a areia, o aço, a parafina e o vidro, no entanto, considero a cerâmica como um material que responde bastante às minhas necessidades”.
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