Por Manu Souza | Imagens: Henrique Spavieri
Localizado no Parque do Engenho Central, um dos cartões postais da cidade de Piracicaba, o Teatro do Engenho Central abriu suas portas após uma ousada reforma que transformou o antigo armazém em um complexo cultural.
A arquitetura interior da construção ganhou um ar contemporâneo sem brigar com a característica rústica apresentada em toda a fachada do local que foi mantida, construída com blocos maciços de cerâmica. A edificação de tijolos aparentes é dividida em três gomos longitudinais que correspondem aos caimentos da cobertura, sendo duas águas centrais, com altura de quatro pés direitos, e uma em cada lateral, com alturas de até dois andares. O teatro conta com 442 lugares e serve de palco para grandes espetáculos no município do interior paulista.
O Engenho Central de Piracicaba foi construído por Estevão Ribeiro de Sousa Resende, o Barão de Rezende, no ano de 1881, para substituir o trabalho escravo pelo assalariado. Mas com dificuldade para executar a manutenção dos equipamentos, o engenho precisou ser vendido em 1899 para a Societé Sucrérie Brèsiliennes, que chegou a produzir anualmente 100 mil sacas de açúcar e 3 milhões de litros de álcool junto a outras três usinas do grupo, e transformou o lugar no engenho mais importante do país. Foi desativado em 1974 com a interrupção da moagem da cana, e tombado em 1989 como patrimônio histórico e cultural pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba – Codepac. Desapropriado pela Prefeitura, passou a espaço cultural, artístico e recreativo, até ser restaurado e finalmente virar teatro.
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