Hoje é:6 de outubro de 2024

Mesmo material, diferentes contextos

Conheça o St. Ann’s Warehouse, um teatro de 1860 onde já foi um armazém de tabaco

Por Carlos Cruz

De um antigo armazém de tabaco a um novo teatro. Em 2015, o St. Ann’s Warehouse, um tradicional instituto de artes cênicas, mudou-se para o Parque da Ponte do Brooklyn, em Dumbo, um bairro de Nova York, onde funcionava o armazém criado em 1860. O teatro deu início às suas atividades na década de 1980, em uma igreja. Depois de algumas mudanças, o St. Ann’s Warehouse chegou ao Dumbo. O novo espaço oferece uma homenagem tanto à igreja quanto ao antigo armazém de tabaco.

Com a reforma feita na estrutura, uma das formas de manter a identidade das outras unidades do teatro e do armazém foi permanecer com as paredes de alvenaria de tijolos, restauradas de forma que as janelas e as portas permanecessem conservadas. O espaço principal dos espetáculos é separado do lobby por um painel de aço, que passou por um processo de revestimento interno, definindo sua massa. Já algumas paredes do interior do teatro foram revestidas de painéis de madeiras. Além disso, novos elementos de tijolo de vidro foram utilizados na construção.

O teatro é composto por diferentes ambientes, como a cabine de controle, um espaço de estúdio, o saguão, banheiros, vestiários e escritórios administrativos. O espaço principal, claro, é a área de apresentações, criada com o objetivo de ser flexível para facilitar as performances teatrais. As passarelas de aço estrutural na parte superior foram projetadas para criar um teto e permitir que as apresentações pudessem ser feitas em qualquer lugar do teatro. A flexibilidade também está presente em outros ambientes, como áreas abertas e um jardim triangular próximo ao espaço principal.

Em 2016, a construção, projetada pela Marvel Architects, ganhou o Prêmio de Design do Instituto Americano de Arquitetos de Nova York. A reforma mostra a importância e as vantagens do uso do tijolo, que, seja em um prédio de 1860 ou em um de 2015, permanece revelando seu potencial funcional e estético.

Carlos Cruz é jornalista na Anicer.

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