Por Carlos Cruz
Desde 1904, a Bonfanti atua na fabricação de instalações completas para a indústria de Cerâmica Vermelha e de Máquinas e Equipamentos para a Indústria de Borracha e Plástico, além de contar com uma fundição, que atende sua demanda e também ao mercado, no segmento de ferro cinzento, nodular, branco, coquilhado e aço.
A empresa se estruturou em duas unidades industriais na cidade de Leme, em São Paulo, mas anunciou recentemente a desativação de uma unidade, para unificar toda a sua produção no Distrito Industrial da cidade. Para isso, a planta está passando por um grande processo de modernização e ampliação.
Esta não é a primeira mudança na Bonfanti, que já passou por diversas evoluções em mais de um século de história. No entanto, diante das limitações que enfrentava com uma das fábricas que era localizada no centro da cidade, a empresa optou pela unificação.
“Uma indústria dentro de uma cidade é limitada. A parte fabril não pode trabalhar muitas horas por dia, devido ao barulho. Então, tudo isso limitou a parte fabril, que só podia trabalhar em dois turnos de trabalho, enquanto no Distrito Industrial, onde a gente tem uma área muito grande, há a possibilidade de trabalho em três turnos”, conta o diretor comercial da área de cerâmica da empresa, Luiz Bisaccioni. “Isso quer dizer que quase 50 máquinas operativas tinham que ficar paradas um turno”, completa.
O executivo explica que a integração das duas unidades trará inúmeros benefícios à produção, como o aumento na eficácia dos processos. “Vamos ganhar na unidade produtiva. No momento em que não temos que transferir peças de uma fábrica para outra, temos um fluxo de produção mais veloz, um gerenciamento melhor, um atendimento ao cliente melhor. Nosso cliente vai somente a uma fábrica e nossos aproximadamente 400 funcionários terão um ambiente muito mais simples de trabalho, uma vez que está tudo concentrado em uma única unidade. Isso vai dar benefícios administrativos e ao atendimento ao cliente”, aposta Bisaccioni.
A mudança da fábrica não se refere só ao tamanho da unidade. Junto com a ampliação, a Bonfanti também está investindo na modernização dos processos e espaços e na aquisição de novos equipamentos. Foram importadas duas novas máquinas de usinagem e uma nova central de oxicorte foi instalada, além de três novas pontes rolantes, de 32 toneladas cada.
“Investimos na compra de novos equipamentos para poder complementar os equipamentos existentes, que já vão ser instalados, alguns esse ano e alguns no início de 2023”, explica Bisaccioni. “Também vão ser integrados novos equipamentos para facilitar o trabalho da fundição, para termos uma fundição moderna e qualificada para poder atender novos mercados”.
No geral, o aumento esperado nos processos produtivos de todo o grupo é de 35%. O executivo também aponta para uma diminuição nos prazos de entrega de máquinas e peças de reposição.
Bisaccioni ressalta ainda que todo esse processo foi feito de forma muito bem planejada, inclusive financeiramente e, com isso, a empresa não precisou buscar financiamentos. Na parte prática, o maior desafio foi fazer toda essa alteração com o menor número possível de máquinas paradas, de forma a reduzir os impactos na produção.
“Quando falamos em deslocar 50 máquinas operatrizes, significa que são máquinas que serão desmontadas num lugar e remontadas em outro, tudo isso multiplicado por 50. Isso prejudica o fluxo de produção. Por isso, estudamos a melhor forma de fazer esta mudança sem causar um impacto produtivo”, afirma.
Todo o processo demandou um grande planejamento que envolveu todas as áreas da empresa. “Não é que demoramos um ano para mudar, mudamos em 210 dias. E 210 dias é pouco tempo, se você tem que construir galpões, bases de máquinas, escritórios, sanitários etc. Foi um planejamento estratégico feito cuidando de todos os detalhes para não ter perdas. Estamos com vários pedidos em carteira e com prazos de entrega para respeitar, então fizemos tudo de forma planejada e organizada. Apesar dos desafios a satisfação de ver tudo pronto compensou qualquer dificuldade. Agora temos uma empresa só, centralizamos operações, controles e gerenciamentos. Uma grande soma onde todos vão ganhar”, conclui o executivo.
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