Hoje é:20 de setembro de 2024

O mercado da construção civil em 2021

Ainda no período de pandemia, o mercado da construção vive o reflexo desse cenário

Por Juliana Meneses | Imagens: Acervo da Anicer e Divulgação

As perspectivas para o ano que passou eram muito positivas antes do início da pandemia, mas com o quadro de instabilidade trazido pela doença, diversas fábricas enfrentaram um período de fechamento para garantir a segurança dos trabalhadores, assim como canteiros de obras tiveram os serviços paralisados. Apesar disso, o setor da construção civil foi um dos que conseguiu retomar as atividades em menor tempo, se recuperando mais rapidamente do que as expectativas para um período tão complicado para o país.

As tecnologias e plataformas de vendas online foram essenciais para que as vendas pudessem continuar no setor do varejo, bem como auxiliaram para que diversos processos das obras pudessem ser feitos e monitorados de forma virtual.

Em 2021, ainda vivenciando a crise sanitária, a construção civil é uma das apostas para auxiliar na retomada econômica do país, para isso, projetos de habitação, como os da Caixa Econômica Federal devem ser ampliados para facilitar a compra do consumidor de imóveis.

O engenheiro civil Matheus Querse, indica que uma das principais tendências para a construção civil este ano será a construção financiada. “Na minha visão, são duas principais tendências para esse ano: a primeira delas é a construção financiada, que no caso é o levantamento de recursos financeiros junto a Caixa Econômica Federal, que faz diretamente financiamento no nome do cliente final e no caso é um processo facilitado de construção, para quem está a fim de ter seu primeiro imóvel ou até mesmo a construção de um imóvel sem ter que levantar muitos recursos financeiros e isso é bom, tanto para o cliente final como para o construtor. E no caso de residências unifamiliares, a construção de apenas um imóvel por vez. Também é um processo de cooperação, mas é um processo um pouco mais complexo. Para mim, é uma tendência interessante a utilização da incorporação, mas é um processo um pouco mais burocrático. No caso da incorporação, tem muito a ver com investidores, muitos investidores acabam tendo receio ainda, pelo que estamos vivendo aqui de pandemia, enfim, eles acabam tendo receio de investir altas quantias. Quando eu falo de construções financiadas, é um pouco mais fácil porque é o construtor e o cliente final e o banco faz todo esse processo”.

A Arquiteta Paula Doto, que atua no varejo há 17 anos e administra o perfil @varejoagora, diz ver com bons olhos o 2° semestre com a liberação da vacina. “É de máxima importância as lojas físicas abrirem os olhos cada vez mais para o universo online e todos os seus canais, pois as vendas online bateram o recorde de faturamento em 20 anos, sendo em média 40% a mais de consumidores em relação ao ano de 2019”.

Ela acredita na tendência da relação do trabalho remoto em conceitos mais híbridos, não necessitando da presença diária nos escritórios. “Temas ligados à sustentabilidade, biofilia, produtos naturais e bem-estar estão e estarão cada vez mais em alta. A experiência do consumidor na jornada do cliente também é um ponto de atenção aos lojistas”.

A engenheira civil e influenciadora digital, Iza Valadão, acredita que para que a retomada seja positiva é necessário investimento em tecnologia. “Há um ano atrás o setor da construção civil mostrava recuperação das crises que sofrera nos anos anteriores. Com as restrições impostas pelos cuidados durante a pandemia, o setor mostrou uma redução na velocidade das atividades. Acredito que para avançar novamente, o setor precisa investir em tecnologias que tragam mais assertividade e menos desperdício ao setor, como por exemplo o BIM e os projetos e máquinas 3D. A sustentabilidade deve estar ainda mais presente nas construções dos próximos anos, assim como os elementos pré-moldados”.

Ela acrescenta ainda que deve ser a tecnologia que poderá alavancar o setor. “Com certeza, o que deve alavancar o setor é a inserção de tecnologia e de ações como planejamento eficiente e gestão enxuta de pessoas. A eficiência logística também torna-se fundamental nesse período, principalmente devido ao aumento do e-commerce no setor de varejo”.

Iza acredita que para a cerâmica vermelha deve haver um aquecimento do setor. “A expectativa é de aumento da fabricação e venda, em função do aquecimento do setor, que vem atrelado aos projetos de abertura de crédito para construtoras e financiamento para o comprador”.

Para o setor de varejo, a engenheira acredita que as vendas devem continuar num saldo positivo, com o auxílio de plataformas de e-commerce. “Durante o ano de 2020, o setor conseguiu mostrar que é muito resiliente e criativo. Por isso, conseguiu aumentar as vendas na segunda metade do ano e essa tendência continua em 2021, graças a aceleração do processo de digitalização dos pequenos e médios varejistas e do aumento do fluxo de venda através dos marketplaces”.

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Juliana Meneses é jornalista na Anicer.

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