Hoje é:18 de setembro de 2024

Ruínas de cultura

Ruínas de palacete em estilo neocolonial empresta charme a centro cultural e traduz em sua estrutura o método construtivo dos sobrados do século XX

Por Manu Souza | Imagens: Alexandre Macieira – Riotur e Manu Souza

Situado em meio às ladeiras do bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, um casarão construído no final do século passado chama atenção de quem passa pela região.

Propriedade de Joaquim Murtinho, ministro do governo Campos Sales, e herdado por sua sobrinha, Laurinda Santos Lobo, conhecida como “Marechala da Elegância”, grande mecenas da literatura, da música e das artes em geral, e famosa também pelas festas que realizava à época, o casarão ficou abandonado e em ruínas após sua morte. Reformado pela Prefeitura da Cidade, o local virou centro de atividades culturais e possui um mirante com vista para alguns dos principais cartões postais do Rio de Janeiro e da Baía de Guanabara.

O Projeto, desenvolvido pelos arquitetos Ernani Freire e Sônia Lopes, deu destaque para as ruínas do casarão sem recuperar ou restaurar sua arquitetura original. A ideia principal do projeto foi preservar a estrutura do local, que possui três pavimentos com tijolos aparentes combinados harmoniosamente com estruturas metálicas e de vidro.

As escadas e passarelas levam ao ponto mais alto da construção, o mirante, de onde se vê o Rio de uma visão em 360 graus. A cobertura também ganhou inspiração nas ruínas e surge de uma estrutura em aço, coberta por vidros, permitindo o acesso de luz natural à casa.

O Parque das Ruínas abriga uma sala de exposições, auditório, cafeteria e banheiros. No terreno plano, ao ar livre, foi feito um palco para shows com camarins e banheiros públicos. O espaço apresenta programação cultural variada durante todo o ano.

Manu Souza é gestora de comunicação e editora da Revista da Anicer.

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