Hoje é:19 de setembro de 2024

Ruínas de uma cidade sagrada

Sítio arqueológico no Irã apresenta o que sobrou da arquitetura de uma antiga civilização que resistiu a força do tempo

Por Juliana Meneses – Imagens: Sam Moqadam

Na província do Khuzistão, no Irã, está localizado o sítio arqueológico Tchogha Zanbil, da antiga cidade de Dur-Untash, fundada pelo rei elamita Untash-Napirisha, no período de 1275 a 1240 a.C., uma capital religiosa no antigo Elam, como era denominada a região na época.

A “cidade sagrada” nunca chegou a ser concluída, devido a morte de Untash-Napirisha, apesar disso, foi utilizada como residência de alguns sacerdotes, até ser invadida pelo exército do rei assírio Assurbanipal, por volta de 640 a.C. As ruínas são todas feitas de tijolos maciços de cerâmica vermelha, que se manteve resistente através do tempo.

É possível identificar nas ruínas três enormes muralhas, reservatórios de água, templos, túmulos e palácios, que foram utilizados como tumbas para o sepultamento da família real, além de paredes de proteção e o chamado zigurate, que é um monumento em formato de pirâmide, construído tradicionalmente para fins religiosos, acreditava-se que esta estrutura era uma espécie de ponte entre o mundo físico e o mundo espiritual, neste local, eram realizados rituais religiosos das classes sociais abastadas e são, portanto, diferentes das pirâmides, que tinham a finalidade de túmulo para resguardar adequadamente os corpos da realeza para a vida pós-morte.

Os tijolos cerâmicos são o material predominante por todo o monumento, o zigurate teve originalmente cerca de 53 metros de altura, em cinco níveis, hoje em suas ruínas, restaram aproximadamente 24 metros e apesar de ser menos da metade da altura que já possuiu, uma construção exposta a todo tipo de vulnerabilidade climática, ainda é surpreendente que esteja de pé com tamanha conservação do material que foi erguida.

É impressionante ver que o sítio arqueológico foi muito bem preservado, quase nenhum dos elementos arquitetônicos sofreu danos consideráveis, o que tornou possível que se aprendesse sobre como era o estilo de vida dessas comunidades que ali viveram. As ruínas são as únicas formas de comprovação arquitetônica de como eram as construções do período histórico elamita médio.

É importante ressaltar que as ruínas estão resguardadas pela Lei de Proteção do Patrimônio Nacional do Irã, além de ter sua administração sob a responsabilidade da Organização do Patrimônio Cultural, Artesanato e Turismo do Irã, que fica incumbida das atividades tanto turísticas, quanto de conservação do local.

Juliana Meneses é jornalista na Anicer.

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