Hoje é:19 de setembro de 2024

Teatro Glorioso de Tijolinhos

O prédio do século 19 foi modernizado e traz espetáculos em meio ao cenário histórico

Por Juliana Meneses – Imagens: Philip Vile

O prédio que abriga o Everyman Theatre, em Liverpool, na Inglaterra passou por uma grande reforma para dar origem ao teatro onde hoje são realizadas peças e espetáculos variados. O edifício histórico do século 19, originalmente foi construído como uma capela da Igreja Católica, posteriormente o espaço foi cedido para realização de concertos públicos. Em meados de 1912 se tornou um cinema chamado Hope Hall, além disso, o espaço também era utilizado como um ponto de encontro de artistas e músicos locais, e foi por volta de 1964 que se tornou de fato um teatro. Nas décadas de 70 e 80 o espaço ganhou notoriedade e apesar de ter passado por diversos fechamentos e reaberturas foi palco de apresentações de relevância na cena cultural da cidade.

Em 2011 o teatro passou por uma reforma e foi totalmente reconstruído e modernizado, contudo, manteve a sua principal característica, que é sua alma e que faz parte da arquitetura da Inglaterra, as paredes de tijolinhos aparentes.

É possível perceber que apesar do grande letreiro externo, a parte exterior de blocos cerâmicos em evidência foi completamente preservada e restaurada, o material de cerâmica vermelha cobre também a lateral e paredes dos fundos do edifício. O prédio é disposto em três andares e conta com um bistrô.

Os tijolinhos de cerâmica vermelha foram utilizados para as chaminés de ventilação, em harmonia tanto com o que já fazia parte da estrutura original, como com as construções que rodeiam o teatro. A reforma foi pensada, desde o início, dentro das boas práticas sustentáveis, restaurando o máximo possível da edificação já existente, minimizando a necessidade de material excessivo no projeto.

Já na parte interna, foi realizado um estudo de viabilidade e posteriormente foi desmontada toda a estrutura existente de tijolos do século 19, que foram recuperados e reaproveitados na concha acústica do novo auditório. O local dispõe de 400 lugares e ainda espaços para os trabalhos criativos, como sala de ensaio, sala para realização de oficinas, estúdio de som, sala para escritores e um estúdio para grupos comunitários. Reaberto em 2014, o teatro recebeu o Prêmio Stirling do Royal Institute of British Architects de melhor edifício britânico do ano.

Juliana Meneses é jornalista na Anicer.

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