Hoje é:21 de novembro de 2024

Tecnologia aliada à sustentabilidade

Ferramenta indica os seis pontos chave na hora de selecionar fornecedores e materiais sustentáveis

Por Manu Souza | Imagem: Chris Barbalis

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) possui uma ferramenta que indica seis passos básicos para a escolha de insumos e fornecedores alinhados aos princípios da sustentabilidade. Direcionada a profissionais da cadeia da construção civil, como engenheiros e arquitetos, a iniciativa serve como aliada na garantia da qualidade da obra e promete reformular velhos hábitos do sistema de compras do macrossetor.

Constituído em agosto de 2007 como uma OSCIP, o CBCS tem o objetivo de induzir o setor da construção a utilizar práticas mais sustentáveis que venham melhorar a qualidade de vida dos usuários, dos trabalhadores e do ambiente que cerca as edificações.

A ferramenta facilita na hora da escolha do material e possui três grandes etapas eliminatórias: formalidade, legalidade e qualidade. Trata-se de uma maneira de abordar práticas acessíveis a todos os compradores e especificadores de materiais e fornecedores.

1 – Verificação da formalidade da empresa fabricante e fornecedora

O primeiro passo apontado é a questão da legalidade da empresa. Atos como sonegação de impostos e desrespeito à legislação ambiental não podem fazer parte dos princípios de uma instituição que se pretende sustentável. Portanto, é importante realizar uma pesquisa prévia no site da Receita Federal. A verificação é realizada por meio do número do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a não validação do número significa a inexistência legal do empreendimento.

2 – Verificação da licença ambiental

O segundo passo é verificar a questão da licença ambiental, já que nenhuma indústria pode funcionar sem o documento. A ferramenta exibe o mapa do País, com as secretarias e órgãos responsáveis por cada região. A pesquisa é realizada por meio do nome completo da empresa e da unidade da federação ou pelo fornecimento do número do processo de licenciamento. Se não tiver licença, o produto não pode ser considerado sustentável.

3 – Verificação das questões sociais

O terceiro passo é a verificação das questões sociais da indústria e nesse item, trabalho escravo, infantil e jornadas excessivas de trabalho não podem constar. Nesta aba, constam listas de empresas que foram autuadas por exploração de mão de obra infantil e de empregadores que mantém ou mantiveram condições de trabalho inadequadas. A busca pode ser realizada através do nome da indústria.

4 – Qualidade e normas técnicas do produto

O quarto ponto da ferramenta destaca a importância da adequação dos produtos às normas técnicas, junto aos programas setoriais de qualidade nos quais, a partir do desenho de uma casa, disponibiliza uma planta básica do que é necessário em uma construção residencial. Ao clicar em cada material, a ferramenta redireciona ao site relacionado à sua atividade setorial. No caso de materiais para construção civil, os links redirecionam para as páginas do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), do Programa Setorial da Qualidade (PSQ) e do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC), relacionado ao Organismo de Certificação de Produto (OCP) e acreditado pelo Inmetro. No caso do item blocos cerâmicos, o link é feito diretamente com o site da Anicer, onde está disponível para visualização a lista das empresas qualificadas com o PSQ.

5 – Consultar o perfil de responsabilidade socioambiental da empresa

O item sobre responsabilidade socioambiental corresponde à necessidade de averiguar se a empresa tem atuação socialmente responsável. A ferramenta disponibiliza um roteiro analítico e indica fontes para se compreender como a empresa cumpre o seu papel em termos de Responsabilidade Social Empresarial (RSE), é necessário avaliar com o ela se relaciona com os 4 pilares básicos: Funcionários e Fornecedores; Meio Ambiente; Comunidade e Sociedade; e Transparência e Governança.

6 – Identificar a existência de propaganda enganosa

A propaganda enganosa é um grande perigo para o estabelecimento de uma economia verde e justa, por isso a ferramenta dos 6 passos descreve  procedimentos para que o público analise se um produto ou serviço são realmente sustentáveis, ou se não passa  de propaganda enganosa, ou Green wash, no termo em inglês. Não adianta o fornecedor rotular como “100% Reciclável” ou “Produto Reciclado” sem explicar a estrutura ativa de reciclagem ou qual a fração da matéria-prima que é resíduo, nem pontuar que o produto é “Ecológico” ou “Sustentável”, sem declarar a sua composição. São informações como estas que irão determinar a durabilidade do produto bem como a questão do seu ciclo de vida.

Para acessar a ferramenta clique aqui.

Você sabe o que é sustentabilidade?

Nunca se ouviu falar tanto em sustentabilidade quanto nos dias atuais. Produtos sustentáveis, ações sustentáveis, empresas sustentáveis. Mas afinal, o que é sustentabilidade?

Proveniente do latim sustentare, a palavra sustentável traz, entre alguns significados, as expressões sustentar, conservar e favorecer.

Segundo o Relatório de Brundtland, publicado em 1987, pela então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, quem atende as suas necessidades presentes, sem comprometer as gerações futuras, está no caminho certo do exercício sustentável. O uso sustentável dos recursos naturais deve suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras suprir as suas.

Mas e a sua empresa, já trabalha pela segurança de ações futuras? Para isso, precisa ser ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente aceita. Simplificando tudo, a empresa precisa pensar no longo prazo para não causar impactos que refletirão no futuro.

O setor de cerâmica vermelha foi o primeiro, em toda a cadeia da construção civil brasileira, a se dedicar ao estudo completo do impacto ambiental do ciclo de vida de seus produtos e a publicá-lo. Acesse o estudo e comprove as vantagens do produto cerâmico.

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Manu Souza é gestora de comunicação e editora da Revista da Anicer.

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