Hoje é:6 de outubro de 2024

Um marco visual

Após passar por um processo de modernização, centro cultural na Coreia do Sul explora o tijolo para firmar sua identidade

Por Carlos Cruz

O Centro Cultural Piknic, localizado no sopé da Montanha Namsan, em Seul, na Coreia do Sul, é o exemplo perfeito do marco visual que o tijolo proporciona a uma construção. O espaço foi construído na década de 1990 e inicialmente era um Goshiwon, que são alojamentos de baixo custo para trabalhadores e estudantes. A construção original já contava com o uso dos tijolos vermelhos em sua edificação.

Foi em 2020 que o local se transformou em um espaço multicultural, mas sem perder os traços e a identidade do edifício original. Integrado ao Piknic, também estão uma sala de cinema, café, restaurante e lojas. Apesar da renovação do espaço, que agora é usado para outro fim, a herança do prédio inicial é mantida e respeitada.

O Piknic é dividido em cinco andares e todos eles passaram pela reforma, a fim de que as novas funcionalidades básicas projetadas fossem bem exploradas. Uma parte do primeiro andar fica escavada, enquanto uma escada externa dá acesso ao segundo. O terceiro andar, onde fica um espaço de artes, é voltado para o muro de arrimo e o quarto, que abriga uma loja, encontra-se com o térreo de outro terreno. Uma cobertura com vista panorâmica e privilegiada compõe o quinto andar, onde funciona um complexo cultural.

Uma importante mudança resultante da reforma é referente à acessibilidade do espaço, que antes tinha apenas uma escada de acesso, dificultando a entrada ao local. O primeiro andar, onde fica o restaurante, agora abriga grandes vitrines já em sua entrada, recebendo os visitantes em seu piso interior que está ligado ao exterior, o que aumentou e facilitou a entrada. A obra também resultou na ampliação visual do acesso à escada do primeiro andar. Fora isso, também foi criada uma nova escada, no exterior, que dá acesso ao segundo andar, onde fica o café.

Tijolos Vermelhos

No mundo da arquitetura, a cor é um importante artifício para criar a primeira impressão e transmitir uma ideia. Originalmente, o edifício era caracterizado pelo vermelho dos tijolos manchados, desgastados pelo tempo. A cor foi mantida, mas ressignificada e modernizada a partir do uso de materiais e acabamentos modernos no revestimento de cada andar. O tijolo não foi substituído, pelo contrário, ele ainda está presente em cada parte do Piknic.  Agora, a integração de um novo tom de vermelho ao clássico tijolo original marca a nova identidade do Centro Cultural.

Carlos Cruz é jornalista na Anicer.

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