Hoje é:21 de novembro de 2024

Eflorescência em produtos cerâmicos

Por Antônio Pimenta | Imagem: Antônio Pimenta

O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor

Produtos de cerâmica vermelha são conhecidos por sua durabilidade e beleza arquitetônica. Entre estes, alvenarias construídas com blocos, tijolos e plaquetas de revestimento, sem aplicação de revestimento (alvenaria à vista) e coberturas com telhas cerâmicas, ficam expostas as intempéries e podem surgir patologias como as eflorescências, manchas e erupções de cores e formatos diferentes, prejudicando a estética da obra e até comprometendo-a fisicamente.

Estas ocorrências são comuns e muitas vezes mal interpretadas, já que existem diversas possíveis origens no surgimento das eflorescências.

Para ocorrer uma eflorescência nestes produtos, são necessários alguns fatores.

O primeiro é a porosidade, comum na maioria dos produtos cerâmicos, pois é através desta porosidade (aberta) que podem circular compostos químicos com potencial de formação de eflorescência. Desta forma, podemos afirmar que quanto maior for a porosidade aberta, maior será a possibilidade de ocorrer uma eflorescência.

Mas só a porosidade não leva a uma eflorescência, é preciso haver o composto químico – um sal solúvel, por exemplo, que formará a eflorescência ao ser depositado na superfície dos produtos cerâmicos e aqui já complementamos com o terceiro fator determinante: é necessário umidade para que um sal seja solubilizado e em seguida transportado através da porosidade dos produtos até sua superfície. Na superfície do produto, a água evapora mas alguns compostos vão ficando depositados e formando assim as manchas conhecidas como eflorescências.

São comuns manchas amarelas, verdes, marrons, brancas e pretas, variando de intensidade e muitas delas de difícil remoção. Os causadores podem ser compostos de Vanádio, Manganês, Enxofre e matéria orgânica em geral. É preciso identificar suas origens, evitando que ocorram ou realizar sua remoção, através de escovação e ou lavagem com água ou compostos químicos específicos para cada caso.

O primeiro passo é identificar a origem da eflorescência para então tomar as medidas necessárias para evitá-las. Tudo começa na análise de matérias-primas, identificando possíveis sais e matéria orgânica em geral capazes de se transformarem em eflorescências. Um bom sazonamento das matérias-primas ajuda, mas não elimina todo o potencial. Para alguns casos, pode ser necessário acrescer aditivos químicos na massa para inibir determinados compostos, tornando-os inertes.

No processo de fabricação, a composição de massa objetivando uma menor porosidade (absorção de água), ajuda muito. Da mesma forma, uma queima uniforme é fundamental. Aqui vale uma ressalva – alguns compostos químicos são ativados em altas temperaturas, como o Vanádio, ao contrário do comum, quando compostos ficam ativos somente se queimados em baixas temperaturas.

É fundamental uma rotina de ensaios de eflorescência a cada lote de materiais produzidos, verificando e até impedindo que produtos identificados com eflorescência sejam comercializados sem os devidos cuidados na sua aplicação. Não é necessário destruir estes produtos, mas garantir que no seu estoque, transporte e construção, sejam protegidos contra a umidade e que na sua disposição final na obra sejam utilizado em ambiente impermeabilizado, por exemplo.

As eflorescências não têm origem somente nas matérias-primas e no processo de fabricação. Elas podem ocorrer por infiltração de compostos químicos na obra, resultando em eflorescências não oriundas nos produtos cerâmicos em si, mas que resultam nestas manchas através da porosidade destes produtos.

Nas obras, os produtos cerâmicos podem ser protegidos contra a infiltração de umidade com impermeabilizantes ou hidrofugantes, devendo ser muito bem definidos caso a caso. Para algumas eflorescências, basta a umidade do ar para que estas possam ser ativadas, tamanho seu potencial de solubilização. Esta umidade do ar pode ser em ambientes muito fechados, coberturas sem ventilação e até oriundos de vegetação ou solo úmido rente à alvenaria ou cobertura.

Fabricantes de produtos cerâmicos devem ter seus controles internos para diminuir a possibilidade da ocorrência das eflorescências e também podem criar manuais de aplicação de seus produtos e organizar sua área comercial para vendas técnicas, agregando valor aos seus produtos e prevenindo a ocorrência de patologias.

A Anicer mantém um serviço de assessoria técnica apta a estudar e prevenir a ocorrência destas eflorescências em produtos cerâmicos através do Anicer Na Sua Empresa – ANSE. Clique aqui, para saber mais!

Técnico em cerâmica pelo Senai/SP, administrador de empresas e Consultor Técnico e da Qualidade.

One Comment

  1. NILDO TURIBIO DE ABREU Reply

    UM CONTEÚDO EM FOCO DETERMINA A GRANDE REAÇAO POSITIVA NO UNIVERSO DA CERAMCA … SOMOS TODOS APRENDIZ NA ARTE DA SABEDORIA… SENDO O MAIOR LEGADO REATIVO EM CONSTRUIR A RIQUEZA POR MULTIPLICADORES DE RESULTADOS E CONHECECIMENTOS!….

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