Por Emil Sanchez
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A classificação de uma estrutura, segundo seus deslocamentos, é determinada pelas condições dos seus nós, que podem ser fixos ou móveis.
A não linearidade geométrica é analisada por meio de diversos métodos:
- o método do parâmetro de instabilidade α (parâmetro de instabilidade), que não estima os efeitos de 2a ordem, apenas indica se a estrutura é deslocável;
- o método do coeficiente γz, que estima os efeitos de 2a ordem;
- o método iterativo por meio da curva PxΔ, que também calcula os efeitos de 2a ordem.
O método do coeficiente γz é válido para no mínimo quatro pavimentos. A Figura 1 mostra os diversos parâmetros dessa análise numa estrutura admitida engastada na base, onde se tem o carregamento vertical do pavimento, Wi,d, a força horizontal, Fhi,d, que em geral é a ação do vento, e o deslocamento horizontal, δi,d, por ela gerado, parâmetro obtido numa teoria de 1a ordem.
O efeito de 2a ordem é obtido por meio das expressões
– momento que considera o carregamento vertical e o deslocamento obtido na análise de 1a ordem
– momento de tombamento gerado pelas as forças horizontais
– expressão do parâmetro γz que permite realizar a iteração de modo a se obter uma convergência
Figura 1
Para o cálculo dos momentos totais (1a + 2a ordem) as ações horizontais são multiplicadas pelo parâmetro γz ≤1,3 e novamente calculadas. Se γz >1,3 a estrutura deve ser enrijecida, ou deve ser utilizado um método de cálculo mais rigoroso. Se γz>1,1 a NBR 6118:2014 obriga a ampliação das solicitações.
O método do parâmetro γz é de fácil aplicação, pois é necessário apenas realizar uma amplificação das ações horizontais. Para os casos usais, quando se tem γz <1,3, esse método apresenta diferenças em torno de 5% em relação aos métodos mais precisos de análise não linear geométrica, mas não se aplica quando as cargas verticais produzem deslocamentos horizontais, ou quando se tem torção do edifício (rotação em planta).
A NBR 16868:2020 indica que a verificação da estabilidade global de edifícios deve atender as prescrições relativas aos efeitos de 2a ordem que constam da NBR 6118:2014, desde que não sejam superiores a 10% dos efeitos de 1a ordem, para isso admite a utilização do método do parâmetro γz. Observa, em nota, que essa prescrição não elimina a necessidade de verificação dos efeitos de 2a ordem locais.
Ressalta-se que o método γz foi concebido para estruturas reticuladas e sua adoção para estruturas laminares se dá com adequações passíveis de críticas.
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