Hoje é:21 de novembro de 2024

Pilares

Por Emil Sanchez

**O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.

O dimensionamento das armaduras dos pilares de Alvenaria Estrutural, ao se considerar as excentricidades, se faz por flexão composta. A resistência de cálculo do pilar, prescrita pela NBR 16868:2010, é determinada pela expressão

onde

fd= resistência à compressão simples de cálculo da alvenaria;
fs= tensão na armadura;
γs= 1,5, coeficiente de segurança do aço da armadura;
As= área da seção das armaduras longitudinais contraventadas por estribos;
A= área da seção resistente;
R= coeficiente redutor devido a esbeltez do pilar.

A tensão na armadura deve ser limitada a:

onde

fpk= resistência de compressão simples do prisma;
Es= módulo de elasticidade do aço da armadura;
Em= módulo de elasticidade da alvenaria (parâmetro não definido item 4.2 da NBR 16868:2010).

A razão  é uma “homogeneização” da resistência da parcela referente à alvenaria. Esse procedimento contradiz a filosofia de dimensionamento no Estado Limite Último, preconizado no texto dessa norma.

São estabelecidos limites para a tensão da armadura longitudinal:

  • para  quando o espaçamento de estribos for menor ou igual a 24 vezes o diâmetro da barra longitudinal;
  • para  quando o espaçamento de estribos for menor ou igual a 12 vezes o diâmetro da barra longitudinal.

O coeficiente redutor devido a esbeltez, , função da esbeltez , é outro parâmetro passível de críticas, pois trata a flambagem (encurvadura do pilar) de maneira inconsistente. A adoção desse coeficiente redutor, R, é similar ao fator de ampliação da força normal no pilar, ω, que era adotado na NB 1:1960, quando da consideração da esbeltez do pilar:

  • para ;
  • para .

Essa sistemática é proveniente do início do século XX, nos primórdios do desenvolvimento do concreto armado, e não considera diversos parâmetros intervenientes na condição do equilíbrio, pois flambagem não é uma condição de resistência, é a perda estabilidade do pilar.

O estribo deve ter diâmetro mínimo igual a 5 mm, cujo espaçamento não pode exceder 50 vezes o seu diâmetro e deve assegurar o efetivo contraventamento das barras longitudinais. Recomenda-se, no caso das armaduras dos pilares, que sejam obedecidas as prescrições da NBR 6118:2014.

Mestre e Doutor em Engenharia Civil, pesquisador visitante da T.U. Braunschweig/Alemanha, professor titular aposentado da Universidade Federal Fluminense, membro do ACI, PCI, FIB, IABSE, IBRACON e ABCM. Publicou mais de 250 trabalhos (artigos em congressos e periódicos, autor de 4 livros, organizador de 3 livros com autoria de 9 capítulos, e teses).

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