Por Antônio Pimenta
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A Gestão de Custos é tão importante que se for mal realizada pode comprometer seriamente a empresa, levando-a a falência. Processos industriais tendem a ser mecanizados para ganhar em produtividade, reduzir custos e tornar uma indústria mais competitiva. Mas para isto, é necessário investir em tecnologia e qualidade.
Investimento é o risco que todo empreendedor assume para, através de faturamento, pagar os custos de produção como a mão de obra, insumos, custos indiretos e diretos, ter lucro e capacidade para realizar atualização de sua empresa ou substituição de máquinas.
Se os preços de venda forem subestimados, faltarão recursos para cobrir os investimentos realizados e a empresa vai ficando cada vez mais ineficiente, improdutiva, sucateada. Em casos extremos, fica inviável continuar com o negócio.
Em um mercado onde há excesso de oferta, como foi durante a longa crise da construção civil brasileira nos anos recentes, os preços dos produtos vão se tornando cada vez menores não por causa de aumento da produtividade das indústrias, mas sim por uma necessidade de sobrevivência e desconhecimento dos custos de produção, levando empresas a venderem seus produtos abaixo do custo de produção. Literalmente, no prejuízo.
Funciona assim: durante alguns anos, a inflação sobe 80%, os salários, mais de 100%, a energia elétrica, triplica. Diversas outras exigências são atribuídas às indústrias cerâmicas, com custos crescentes como de tributos, taxas de licenciamento de operação e de exploração de minérios, preços de combustíveis para a queima (lenha, cavaco de madeira…), combustíveis para movimentação e transporte como o óleo diesel e outros.
Porém, com a baixa demanda ao longo destes anos e ampla oferta de produtos cerâmicos ao mercado, muitos empresários passaram a não reajustar seus preços de venda, mesmo com os inúmeros aumentos de custos citados acima. Para vender, se baseavam nos preços da concorrência, o que levou a uma competição por preços cada vez menores e que certamente não cobriam os custos de produção. Desta forma, muitas empresas faliram, fecharam ou ficaram sem capacidade de investir, se tornando cada vez menos eficientes.
Para aquelas empresas que não têm um bom sistema de Gestão de Custos implantados, é urgente que o façam.
Para aquelas empresas que não têm um bom sistema de Gestão de Custos implantados, é urgente que o façam. Este sistema pode começar de forma simples, com apontamentos sistemáticos de toda movimentação de recursos, dados detalhados de produção, aproveitamento de processos, índices de quebras, desperdícios, custos contábeis, financeiros e outros. Estes dados fornecerão ao longo do tempo subsídios para a implantação de um bom sistema de custos, que deve ser incrementado continuamente.
Um dos itens mais despercebidos na formação dos preços de venda é o da depreciação, geralmente não mensurado pelos empresários. Ele funciona assim: uma indústria adquire uma extrusora por R$ 300.000,00 e estima utilizá-la por 10 anos, quando este equipamento valerá R$ 50.000,00 e será substituído por outro. Então, ao longo de 10 anos, a depreciação deste equipamento foi de R$ 250.000,00 ou o equivalente a R$ 25.000,00 por ano ou R$ 2.083,00 por mês.
Estes dois mil reais são somente da depreciação da extrusora e devem ser somados aos valores de depreciação dos outros equipamentos e instalações, incluindo empilhadeiras, escavadeiras e caminhões, por exemplo. Desta forma, o somatório pode ser bem elevado e é fundamental que o empresário conheça e contabilize estes custos, que devem compor o preço de venda dos seus produtos.
Para aqueles que ignoram este valor de depreciação, não repassando ao preço de venda, estão sucateando suas fábricas, ficando sem condições de reinvestir, sem receber de volta o investimento realizado.
Então, mãos à obra. Comece ou incremente seu sistema de Gestão de Custos e Formação de Preços de Venda.
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