Hoje é:20 de setembro de 2024

Sucessão familiar na cerâmica

O bom senso na hora da escolha na transição de cargos faz toda a diferença no gerenciamento do negócio

Por Manu Souza | Imagens: Anicer e divulgação

Historicamente reconhecida por passar a administração de pai para filho, as empresas familiares representam uma grande parte das atividades industriais no mundo. Alguns casos de sucesso, como as mundialmente conhecidas Walmart, Ford, Samsung, Carrefour, Fiat e Bosch e as brasileiras, Camargo Corrêa, Sadia, Suzano, Odebrecht e Pernambucanas, apontam que a relação trabalho-família pode dar certo, mas como fazer funcionar?

A configuração de uma empresa familiar acontece por meio da sucessão de diretoria, ligada ao fator hereditário. Além disso, a história e origem do negócio estão diretamente ligadas à família, os valores institucionais terão identificação direta com o sobrenome e com a ideia do fundador, mas nem sempre é assim que acontece.

A Anicer já promoveu uma palestra com o Consultor de Empresas do Senai, Aloisius Carlos Lauth, intitulada “Gestão Empresarial na Cerâmica Vermelha e a Sucessão Familiar”, que explicou que no setor de cerâmica vermelha ainda é muito comum a administração familiar e frisou que apesar da importância da gestão ser direcionada aos interesses familiares, o empresário tem que ter como foco que a sua abordagem deve ser tão competitiva quanto a de uma empresa multinacional. “Um dos fatores mais importantes para o sucesso do negócio é a fundação da própria empresa, além da escolha e preparo dos sucessores”, pontuou Lauth.

Um dos maiores especialistas em gestão de empresa familiar, John Davis, co-autor, junto com Ivan Lansberg, do best-seller De Geração para Geração – Ciclos de Vida das Empresas Familiares, na década de 70, desenvolveu junto ao professor Renato Tagiuri, na Harvard Business School, o sistema dos três círculos (estrutura da propriedade, família e negócio), que tornou-se uma ferramenta útil na tarefa de analisar fatores essenciais para o bom funcionamento da empresa, como prioridades, limites, conflitos e dilemas.

O modelo faz a interpretação dos três grupos diferentes que quando interligados, deixam expostos a criação de sete grupos, onde é possível observar a posição em que cada personagem se enquadra na empresa. O pesquisador afirma que o merecimento do cargo de comando da empresa é o fator mais importante na transição. “Preparar a próxima geração para a alta gerência é, ao mesmo tempo, um desafio mais direto e muito provocante neste estágio. A natureza profissional da organização normalmente torna óbvio que padrões claros de competência gerencial serão aplicados, neste estágio, tanto aos membros da família como aos não-membros”.

A sucessão administrativa é vista por muitos como um dos processos mais delicados em uma empresa familiar e muitas vezes o empresário não busca informações para a tomada de decisão, comprometendo a continuidade do empreendimento. A falta de planejamento societário, o despreparo dos herdeiros e muitas vezes a atitude emotiva da família torna difícil a gestão do negócio.

Para Fábio Rizzardi, da Cerâmica Mifale (SP), o interesse no negócio contou bastante no momento dessa transição de comando. “Meu pai iniciou a montagem do galpão em 87 e começou a fazer tijolo somente em 93, porque ele tinha uma olaria que veio do meu avô em outro terreno na época e ai ele foi fazendo aos pouquinhos, levou de 5 a 6 anos para ele fazer a terraplanagem, montar o galpão, investindo aos pouquinhos, para em 93 começar a produzir tijolo baiano na cerâmica, separada da olaria que ele fazia tijolinho comum que já tinha vindo do pai dele, meu avô. Hoje, somos a 2ª geração – do meu pai para nós. Acho que a última transição foi bem tranquila. Eu, meu irmão e meu primo, tomamos conta da empresa, de tudo. Nós começamos desde moleque com meu pai acompanhando a fase de olaria, acompanhando a fase de montagem da cerâmica, depois iniciando junto com ele a parte de produção. Então, essa transição foi tranquila porque a gente já vinha acompanhando, já gostava do segmento, estudamos administração em paralelo e conseguimos ter o comando dela. Meu pai continua com a gente trabalhando até hoje, mas de forma mais tranquila”.

Juliano Carvalho, Fábio e Leonardo Rizzardi, da Cerâmica Mifale

Margon Strassburguer, da Cerâmica Havaí (PR), conta que a fábrica já trabalha com a terceira geração da família. “A Cerâmica Santa Helena foi fundada em 1963, por Alfredo Strassburguer e com o falecimento dele, pai de 2 filhos – Margon e Flávio -, em 1978 assumimos a cerâmica com a nova razão social Cerâmica Havaí. Em 2013, com o falecimento do Flávio, entraram os sócios-herdeiros dele, Edson, Cristian, Alex e Flávia. A transição familiar foi normal, já que eles já vinham trabalhando na empresa, cada um com o seu setor definido e amparado por um contrato familiar, que ampara os sócios e futuros herdeiros da Cerâmica Havaí”.

Para o presidente do Sindicer/RN, Pedro Terceiro de Melo, da Cerâmica T Melo (RN), o fortalecimento do conhecimento da empresa de quem vai assumir é algo imprescindível para o sucesso da transição. “A nossa empresa foi fundada em 1975, estamos na segunda geração e em transição para a terceira. De forma gradativa, estou passando o comando para o meu filho. Primeiro ele participou de alguns treinamentos pelo Senai, dos Encontros Nacionais da Anicer, da Ceramitec, na Alemanha e ele vem, devagarinho, assumindo alguns setores da empresa, de forma que no próximo ano ele possa assumir em definitivo o comando. De forma gradual e crescente, acho que essa é a melhor maneira de uma transição. Ele já tem conhecimento de todos os setores da empresa, tanto da parte de produção, fez curso de queima e agora está fazendo um curso de custos de produto e estou sempre colocando ele na parte de aprendizagem para que possamos ter uma sucessão tranquila. Acredito que a melhor maneira é que seja planejada e bem alicerçada, definindo bem os setores da empresa, para que as responsabilidades sejam passadas de forma lenta e contínua, para que quem assuma tenha preparo e se sinta seguro para futuras tomadas de decisões”.

Ainda na Região Nordeste, o Grupo Tavares está no mercado cerâmico há várias gerações e o empresário, Marcelo Tavares, conta um pouco da história que deu origem às fábricas que hoje estão localizadas no Ceará.

Duas gerações de ceramistas, Marcelo Tavares e seu pai, Raimundo Assunção Tavares

Ruínas da primeira olaria do Grupo Tavares

“A cerâmica começou na década de 50, com o meu avô, Raimundo Nonato Tavares. Ele tinha pequenos fornos que arrendava e fazia telha, manilha e tubulações. No final da década de 50, ele fez a primeira olaria, até hoje a gente tem as ruínas dessa olaria. Em 63/64 ele se estressou, não queria mais operar cerâmica e ai o meu pai, Raimundo Assumpção Tavares, começou a operar a cerâmica. Ele assumiu a fábrica e ficou fazendo telhas e manilhas lá, além de comprar a produção dos outros oleiros que tinham pequenas olarias na região, revendendo tudo. Em 73, meu pai, meu avô, meu tio Lourival e outros irmãos, se juntaram e criaram a sociedade da primeira Cerâmica Tavares e hoje, parte da sociedade ainda é composta por meu pai e meus tios”.

Fundador da primeira cerâmica do Grupo Tavares, Raimundo Nonato Tavares.

“No início da década de 90 houve a primeira sucessão e meu avô, que tinha duas famílias, ficou com uma fábrica para os filhos dele da segunda esposa, que hoje é do meu irmão – ele comprou dos herdeiros -, sendo já a terceira geração no comando. Hoje, temos uma quarta geração já começando a trabalhar na cerâmica”, concluiu Tavares.

Fundada no ano de 1960, a Olaria São Sebastião está localizada no município de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. A fábrica produz lajes, blocos de vedação e estrutural. Já em sua terceira geração, os irmãos César Gonçalves, Álvaro Júnior, Maria Teresa e Maria Delmina tocam os negócios da fábrica, que conta com 65 funcionários e produz 600 mil peças por mês.

Para Gonçalves, o trabalho em família facilita o andamento do negócio. “A nossa família tem uma característica importante, que é a boa relação que cultivamos, o que facilita muito o nosso trabalho. Resolvemos tudo com uma boa conversa e sempre dá certo”.

César Gonçalves e seus irmãos Delmina e Álvaro Júnior, da Olaria São Sebastião.

Com mais de 30 anos desde a sua fundação, a Cerâmica City, localizada na cidade de Cesário Lange, em São Paulo, opera sobre o DNA da família Frollini. A fábrica conta com exclusiva tecnologia de fabricação trazida da Europa e forno exclusivo de alta capacidade que permite o desenvolvimento de produtos com características técnicas únicas no mercado. Capitaneados pelo seu fundador, Constantino Frollini Neto, seus filhos – Constan Bueno Frollini, Anelena Bueno Frollin e Thiago Bueno Frollini -, e sua esposa – Anelena Bueno Frollini -, representam importantes setores da Fábrica. “A história da Cerâmica City é longa. Foram anos de sonho, amor e dedicação até chegarmos no nível que estamos hoje. É uma verdadeira loucura! Sonhei desde o início com o que eu via e gostaria de fazer. Com o tempo, o sonho foi aumentando e mudando de acordo com aquilo que fomos conquistando. Tirando o início que foi muito duro, o que mais demorou foi conseguir que técnicos de outros países viessem fazer um forno e auxiliar em uma automação moderna. Foram 15 anos sonhando com esse forno”, explica Neto.

Sobre a transição dos negócios para os filhos, o empresário explica que a iniciativa vem ocorrendo pouco a pouco, ao longo dos últimos anos. “Tenho três filhos – dois homens e uma mulher. Em primeiro lugar, nunca forcei nada. Eu os trazia desde pequenos para ver a cerâmica, mas cada um escolheu o seu caminho. Lógico que todo pai que constrói algo, sonha em deixar para seus filhos e, se possível, eles tocando e ampliando o negócio. O Constan é formado em arquitetura. No início, ele não veio trabalhar na City, foi trabalhar por conta. O Thiago, desde pequeno sempre dizia que ia trabalhar na City, se formou em engenharia de produção e veio trabalhar comigo. Iniciou auxiliando o gerente geral da época, Nico Zaratim, uma pessoa excelente que ensinou muito para o Thiago. Minha filha, desde criança, gostou de dança. Se formou em educação física, fez mestrado e continuou no mundo da dança, indo para os EUA. Bem aí, começa o jeitinho de pai. Depois de um período que o Constan estava trabalhando, fui mostrando para ele que poderia utilizar seu conhecimento em benefício do que era deles. Com o tempo, resolveu vir trabalhar na City e em uma conversa, entre nós dois, resolvemos que ele iria ser responsável pela parte de vendas e o Thiago pela produção e fábrica. Logo em seguida, o Constan fez um curso de MBA em gestão de equipe comercial e agora está fazendo mestrado em habitação no IPT, para dominar bem o assunto que ele está cuidando. O processo com a minha filha está sendo mais longo, pois não tinha nada a ver com o que ela escolheu como profissão. Nos últimos anos, ela passou a trabalhar com produção, gravar comerciais e fazer coberturas de feiras e entrevistas para TV, então ficou algum tempo aqui no Brasil. Aos poucos, fui mostrando à ela que poderia nos ajudar. Até que voltou dos EUA de um curso dois dias antes do fechamento das fronteiras pela pandemia e como estávamos presos em casa, eu pedi para ela nos ajudar no marketing. Ela tem um pouco de prática nisso e poderia trabalhar o tempo que ela pudesse para a empresa familiar e a cerâmica pagaria as horas que ela trabalhasse. Então, agora ela trabalha metade do tempo para a City e a outra metade onde ela preferir, mas também já pegou gosto das coisas da cerâmica e está firme. Já a minha esposa confere a área financeira e eu ajudo no que posso com a experiência”. 

Perguntado sobre o segredo do sucesso para que uma transição funcione da melhor maneira possível, para quem sai e para quem entra, Neto foi direto: “Respeito! É difícil para quem entra, pois sempre vão compará-los com os pais. Um dia, um dos meus filhos me disse: [- Pai, nós nunca vamos sentir o que o senhor sente, pois o senhor passou muitas dificuldades as quais nós não passamos. O senhor sempre nos deu amor e carinho, mas nunca nos deixou passar pelas dificuldades que o senhor passou. Então, nós nunca vamos ter o mesmo sentimento que o senhor tem. Mas nós gostamos muito da cerâmica também]. Essa foi a frase mágica para eu diminuir o nível de exigência que tinha com eles. A nossa transição está sendo feita lentamente. Já fazem 8 anos. Cada dia, me envolvo menos nos assuntos. Hoje, venho apenas para tirar alguma dúvida e conferir os números. Às vezes recebo algum cliente antigo. Na produção, já não me envolvo e no escritório me envolvo um pouco ainda. Graças à Deus está indo tudo muito bem, cada um em um setor e em muito pouco tempo quero vir na cerâmica apenas para ver e discutir as novidades e, se Deus quiser, as ampliações”.

O ceramista ainda finaliza, agradecendo o apoio e envolvimento de todos na fábrica. “Agradeço todos os dias à Deus, pela família que ele me deu e aos funcionários da City, com quem temos um relacionamento maravilhoso. Eu gosto muito deles e sei que eles também gostam muito da City”.

Anelena Bueno Frollini (Aninha), Thiago Bueno Frollini, Constantino Frollini Neto, Anelena Bueno Frollini (Teca) e Constantino Bueno Frollini (Constan)

É importante ficar atento ao negócio para tomar a decisão certa. Eleger um gestor que tenha conhecimento da empresa, das operações financeiras que a atribuição impõe e que esteja atento ao mercado, pois o legado de uma companhia só sobrevive se as partes interessadas tiverem antes de tudo, bom senso.

História da cerâmica

A Cerâmica Sacoman, fundada por quatro irmãos franceses, é responsável por chamarmos as telhas “francesas” ou “marselhas” por esses nomes.

Muitas vezes, a história do material se confunde com a própria história da civilização. A cerâmica existe há cerca de dez mil anos e é o material artificial mais antigo produzido pelo homem. Do grego “kéramos”, seu nome significa “terra queimada” ou “argila queimada”. Por ser um material de imensa resistência, é frequentemente encontrado em escavações arqueológicas. Os vasos e as taças, por exemplo, são, em muitos casos, os únicos elementos sobre os quais se pode reconstruir o grau de evolução, os hábitos, a religião e até as mudanças de povos já desaparecidos.

Simplificando o processo de obtenção do material, a cerâmica é uma atividade de produção de artefatos a partir da argila, que se torna muito plástica e de fácil modelagem quando umedecida. Após ser submetida à secagem, para retirar a maior parte da água, a peça moldada é submetida a altas temperaturas, em torno de 1000°C, que lhe atribuem rigidez e resistência.

Assim, a cerâmica pode ser tanto utilizada como uma atividade artística, em que são produzidos utensílios com valor estético, quanto como uma atividade industrial, em que são produzidos artefatos para uso na construção civil e na engenharia.

Hoje em dia, além de sua utilização como matéria-prima de diversos instrumentos domésticos, da construção civil e como material plástico nas mãos dos artistas, a cerâmica é também utilizada na tecnologia de ponta. A fabricação de componentes de foguetes espaciais, por exemplo, requer o uso de cerâmica, justamente por causa de sua durabilidade.

Primórdios da cerâmica

Quando saiu das cavernas e se tornou um agricultor, o homem precisava de outros meios de subsistência além de um abrigo. Logo, surgiu a necessidade de ter também vasilhas para armazenamento de água, alimentos e sementes para a próxima safra. Tais objetos tinham que ser resistentes ao uso, impermeáveis à umidade e de fácil fabricação – qualidades inerentes à argila. Além disso, a cerâmica mostrou-se muito eficiente na construção de casas.

As primeiras cerâmicas que se têm notícia são da Pré-História: vasos de barro, sem asa, que tinham cor de argila natural ou eram escurecidas por óxidos de ferro. Por outro lado, a cerâmica para a construção e a cerâmica artística com características industriais só ocorreu na Antiguidade, em grandes centros comerciais. Após a Revolução Industrial, iniciou-se uma nova e vigorosa etapa de evolução, estendida até hoje.

Estudiosos confirmam ser, realmente, a cerâmica a mais antiga das indústrias, pois ela nasceu no momento em que o homem começou a utilizar-se do barro endurecido pelo fogo. Desse processo de endurecimento, obtido casualmente, evoluiu até os dias de hoje. A cerâmica passou, assim, a substituir a pedra trabalhada, a madeira e mesmo utensílios domésticos feitos de frutos.

A durabilidade da cerâmica pode ser constatada pelo aspecto praticamente inalterado de construções de antigas civilizações, descobertas por arqueólogos, e de alguns objetos, como pratos e vasos. A técnica construtiva em alvenaria de tijolos ou blocos cerâmicos remonta aos antigos caldeus e assírios, que em torno de 4000 a.C. já usavam este material para erguer casas e palácios.

A cerâmica no Brasil: índios da Ilha do Marajó

A cerâmica, no Brasil, tem seus primeiros registros na Ilha de Marajó (PA).

No Brasil, a cerâmica tem seus primeiros registros na Ilha de Marajó (PA), a partir da avançada cultura indígena que floresceu no local. O material ali produzido era altamente elaborado e de uma especialização artesanal que compreendia várias técnicas: raspagem, incisão, excisão e pintura.

Mesmo desconhecendo o torno e operando com instrumentos rudimentares, o índio da Ilha do Marajó conseguiu criar uma cerâmica de valor, que mostra uma superação dos estágios primitivos da Idade da Pedra e do Bronze.

Percebe-se, portanto, que a tradição ceramista não chegou ao Brasil com os portugueses, em 1500, ou veio na bagagem cultural dos escravos. Os índios já haviam firmado a cultura do trabalho em barro. Por isso, os colonizadores, apenas estruturaram o setor e concentraram a mão de obra, ao instalarem as primeiras olarias em terras brasileiras.

Iniciou-se, a partir daí, um desenvolvimento mais acelerado do segmento. O rudimentar processo aborígine, no entanto, sofreu modificações com as instalações de olarias nos colégios, engenhos e fazendas jesuítas, onde se produziam, além de tijolos e telhas, também louça de barro para consumo diário. A introdução de uso do torno e das “rodadeiras” foi a mais importante dessas influências. Com essa técnica, passou a haver maior simetria na forma e a produção de acabamentos mais perfeitos, com um menor tempo de trabalho.

Em 1575, há indícios do uso de telhas na formação da vila que viria a ser a cidade de São Paulo/SP. Portanto, a partir desse estímulo, começa o desenvolvimento da atividade cerâmica de forma mais intensa no Brasil, sendo as olarias o marco inicial da indústria em São Paulo.

A primeira grande fábrica de produtos cerâmicos do País foi fundada também em São Paulo, em 1893, por quatro irmãos franceses, naturais de Marselha. Com o nome de “Estabelecimentos Sacoman Frères”, posteriormente alterado para “Cerâmica Sacoman S.A.”, a empresa encerrou suas atividades em 1956. O nome das telhas conhecidas por “francesas” ou “marselhesas” é devido à origem destes empresários.

O setor cerâmico hoje

Acompanhando a Revolução Industrial, o segmento cerâmico industrializou-se.

Nos últimos anos, acompanhando a Revolução Industrial, a indústria cerâmica adotou a produção em massa, garantida pela indústria de equipamentos e a introdução de técnicas de gestão, incluindo o controle de matérias-primas, dos processos e dos produtos fabricados.

O setor cerâmico, na atualidade, pode ser subdivido em diversos segmentos, que possuem características bastante individualizadas. O mais famoso é o de cerâmica vermelha, que compreende materiais com coloração avermelhada e são empregados na construção civil (tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos e argilas expandidas). Há também a cerâmica branca, a cerâmica de alta tecnologia, os revestimentos cerâmicos, além da matéria-prima poder ser usada também como material refratário e isolante térmico.

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Manu Souza é gestora de comunicação e editora da Revista da Anicer.

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