Por Jefferson Lemke
O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.
Com a crescente necessidade de controlar os processos e produtos e na onda de disseminação de conhecimento e interação via aplicativos sociais, cada dia mais se vê o nascimento de centros de controle de qualidade dentro das empresas que, em muito tem a cooperar para gestão interna, porém, é necessário, acima de tudo, manter a ordem e a eficiência nos processos internos do laboratório.
A metodologia e a precisão envolvidas nesta etapa do processo exigem um controle de qualidade sistematizado, no qual além de rastreio interno, as normas e regulamentações devem ser observadas para assegurar a rotina produtiva desta célula de controle. Mas, na era do copiar e colar, alguns detalhes pós-montagem são muito importantes e poucas vezes mencionados:
Pessoal Qualificado
Ter um corpo de trabalho devidamente qualificado e atento ao processo que controla, evitará ter colaboradores chamados “robôs” que, simplesmente executarão os ensaios e caso ocorra qualquer alteração diante dos padrões pré-determinados, nenhuma atitude será tomada. O setor de controle de qualidade deve ser uma ferramenta usada constantemente para um ajuste perfeito do processo produtivo, podendo antever problemas e respaldando ações importantíssimas para o processo fabril.
Método Analítico
A base para qualquer operação de controle de qualidade é ter um modelo de ensaio a seguir e constantemente buscar formas de eliminar os desvios indesejados, estabelecendo criteriosa rotina de trabalho. Em sua grande maioria, os laboratórios de controle de qualidade internos executam ensaios de caracterização, mapeamento de processo e produto, baseados em sistemas migrados de outras empresas, porém, cabe a cada empresa modelar seu perfil do que rastrear, a forma mais ajustada para tal, determinar padrões criteriosos como parâmetros a seguir e principalmente, averiguar se a metodologia empregada rastreia extratificadamente os problemas do processo, seus indicadores de qualidade e produtividade. Todos os métodos e padrões definidos devem estar devidamente registrados e disponíveis ao pessoal do setor de controle, que utilizará de meios para registro formal dos dados obtidos.
Equipamentos
Outro item grandemente migrado na base do copiar e colar são os equipamentos, poucas vezes o critério de indicadores de atendimento são levados em consideração, fatores como custo do aparelho e frete ainda são decisivos na aquisição, porém, no momento da modelagem de controle e decisão de métodos analíticos é que se determina qual equipamento a ser adquirido, sua escala de precisão na leitura e obtenção de dados, assim como a rede e peças disponíveis para conserto e manutenção, caso necessário.
Padrões Comparativos
Fator comum é encontrar equipamentos de controle de qualidade sem a disposição de padrões para verificação da constância e veracidade das leituras obtidas, sendo que os dados levantados serão os balizadores de ajustes de processo. Os equipamentos não podem atender de forma imprecisa ou em escala de leitura duvidosa. Para tal, são confeccionados ou adquiridos padrões com precisão determinada, sendo os mais comuns e necessários o bloco de medida padrão para verificação antes da operação de medida em paquímetro e o peso padrão para verificação da balança de pesagem, antes da realização do ensaio, evitando assim que pequenos acidentes, equipamentos com bateria em final de carga ou até mesmo o desgaste pelo uso (vida útil) venham a fornecer leituras errôneas e ajustes processuais sejam feitos de forma incorreta.
Referencias Normativas
Todo e qualquer ensaio tem seu respaldo em normativas nacionais vigentes, sejam para controle de matérias-primas ou produto acabado, portanto, é muito importante manter uma biblioteca de normas e portarias atualizada e disponível ao pessoal qualificado para operação de controle de qualidade, perpetuando assim a cultura do trabalho orientado e procedimental, eliminando “achismos” e teorias duvidosas ou equivocadas que podem vir a descredibilizar o trabalho realizado por este setor.
Construção da Memória
Em resumo, o laboratório não é apenas um setor de ensaio, mas a mola mestre responsável pela elaboração da memória de trabalho da empresa, levantando e registrando a formatação comportamental da operação desde a extração até o produto expedido, podendo assim possibilitar o rastreio de possíveis problemas futuros, assim como determinar com base em dados analíticos, um perfil operacional construído ao longo do tempo, importantíssimo para tomada de decisões estratégicas assertivas, lembrando que este setor pode operar em dois extremos, sendo o mais insignificante executor de ensaios, quando mal utilizado ou o cérebro de comando de todas as operações de forma coerente e produtiva, quando utilizado como a devida ferramenta que é.
Enfim, isso não é tudo, mas apresenta uma boa ideia de um Laboratório Eficiente e Produtivo.
Deixe um comentário