Por Antônio Pimenta | Imagem: Antônio Pimenta
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No processo de fabricação dos produtos cerâmicos, a queima é a etapa culminante, quando serão definidas as características finais dos produtos, como resistência, porosidade, cor e aspecto. É também uma etapa de grande importância nos custos de fabricação, desde o investimento e manutenção do sistema como um todo até o índice de aproveitamento dos produtos.
Independentemente do tipo de forno utilizado, todos devem ter um sistema de exaustão, liberando para fora do forno os gases remanescentes da queima. Esta exaustão pode ser realizada através de uma chaminé ou exaustor e aí vem a dúvida: é melhor uma chaminé ou um exaustor?
Muitas são as variáveis para responder esta questão e imediatamente são colocadas as vantagens e desvantagens de cada sistema – uma chaminé não requer (a princípio) energia elétrica para funcionar e por outro lado, um forno com exaustor pode ser melhor controlado. Será?
Com centenas de instalações diferentes, não é bom generalizar neste assunto. A grande maioria das indústrias cerâmicas utiliza sistemas com chaminé ou exaustor de uma forma empírica, ou seja, construídos na experiência, sem cálculos que possam definir exatamente as necessidades de cada caso.
As chaminés têm a seu favor a durabilidade e baixa manutenção, construídas em alvenaria, geralmente com tijolos cerâmicos maciços, sendo um dos símbolos das industrias de cerâmica vermelha, distinguíveis à distância já que em alguns casos, superam os 30 metros de altura. Os exaustores têm a seu favor a simplicidade na construção ou instalação, ocupando pouco espaço e podendo ser regulados à medida que é necessário aumentar ou diminuir a potência de tiragem.
Além do tamanho (muitas vezes exagerado), as chaminés dependem de fatores climáticos para sua eficiência, pois com as variações de pressão atmosférica, temperatura ambiente e até em períodos em que a chaminé é pouco utilizada ela pode ficar muito fria e comprometer o início das queimas. Mas não requer sistema elétrico para funcionar, bastando um bom registro para controlar o fluxo de tiragem dos gases.
Um sistema com exaustor requer energia elétrica e manutenções periódicas pelo desgaste das partes metálicas, motores e afins. Mas funciona de forma eficiente, podendo ser acionado através de inversor de frequência, não sendo influenciado por fatores climáticos ou longos períodos sem queima, com canais frios, por exemplo.
Por erros no dimensionamento, é comum encontrarmos fornos com chaminés de até 40 metros de altura e que, mesmo assim, precisam de um exaustor para a queima e exaustores que muitas vezes não têm controles específicos para cada etapa da queima, realizando tiragem excessiva ou insuficiente.
Alguns argumentos não são adequados, como a necessidade de uma chaminé alta para dissipar os gases da queima sem poluir ao redor. Uma combustão equilibrada jamais precisará de dissipação às alturas dos gases, já que estes estarão dentro de limites de particulados e gases definidos por legislação. O que se deve fazer é uma boa combustão, não sendo necessário a preocupação com poluição.
O mesmo vale para a corrosão dos exaustores, que, quando bem projetados e construídos, muitas vezes com partes da estrutura em alvenaria, têm alta durabilidade e fácil manutenção.
Antes de projetar uma chaminé ou exaustor, é necessário saber quais são as necessidades do forno, seu tamanho, carga a ser queimada, curva de depressão e pressão ao longo da queima (analisada com deprimômetro), temperaturas internas, dos canais e do ponto de exaustão, para aí sim calcular e definir pelo sistema mais adequado.
Com o sistema construído, é hora de colocar em funcionamento e aí vem outro importante quesito – o controle da exaustão, seja por registros ou inversor de frequência, medidas de depressão e temperatura. Uma queima bem realizada requer controles, para ser mais rápida, econômica e com produtos de boa qualidade.
A Anicer mantém um serviço de consultoria apto para avaliação dos sistemas de queima dos produtos cerâmicos através do ANSE – Anicer Na Sua Empresa. Entre em contato.
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