Hoje é:24 de novembro de 2024

Acre – A indústria cerâmica no extremo oeste brasileiro

Por Antônio Pimenta | Imagens: Antônio Pimenta

O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.

Situado na Região Norte do Brasil, conhecido como o “Extremo Oeste do Brasil”, o Estado do Acre tem uma área de 152.000 km² (maior que Santa Catarina ou Ceará), uma população de apenas 906.000 habitantes e faz fronteira com os estados do Amazonas e Rondônia, e com os países Bolívia e Peru.

Por sua posição geográfica, em plena floresta amazônica, as dificuldades de transporte são intensificadas nos meses chuvosos, principalmente entre dezembro a abril, com inundações, interrupções de rodovias e consequente paralisação de inúmeras atividades como a construção civil. Neste período, as indústrias de cerâmica reduzem em até 70% sua produção e o preço de venda de seus produtos caem.

Nesta região, a indústria de cerâmica vermelha tem papel importante no desenvolvimento, a exemplo das outras regiões. Na capital, Rio Branco, inúmeras ruas e avenidas têm seus pavimentos feitos com tijolos maciços, alguns que já existem há mais de 30 anos, comprovando a qualidade, resistência e durabilidade destes produtos, que são submetidos ao extremo de calor, umidade, abrasão e pressão constante de pedestres, automóveis, ônibus e caminhões.

No estado, existem aproximadamente 30 indústrias de cerâmica vermelha produzindo blocos de vedação, estruturais e tijolos maciços.

Cidade do Povo, Ruas do Povo

Nos últimos anos, o governo acreano lançou dois programas diretamente ligados à indústria cerâmica. Em Rio Branco, o governo estadual lançou um ousado programa de habitação denominado “Cidade do Povo”, que previa a construção de 10.600 moradias na capital, mas até 2018 apenas 3.500 habitações foram concluídas. Estima-se que a população deste novo bairro será de aproximadamente 60.000 habitantes ao final de sua implantação, o que corresponderá ao equivalente de 3º maior município do estado, atrás apenas de Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

As famílias atendidas serão, prioritariamente, aquelas residentes em áreas alagadiças, de baixa renda e policiais civis e militares. As casas foram construídas através do convênio com o governo federal pelo programa Minha Casa Minha Vida. Além das residências, o bairro tem postos de saúde, áreas comerciais, escolas e mais de 60% dos 700 hectares da Cidade do Povo serão de áreas verdes e públicas.

Casas em fase final de construção – Cidade do Povo.

Na construção das primeiras casas, várias tecnologias foram utilizadas, como alvenarias com blocos cerâmicos estruturais e de vedação, paredes injetadas de concreto, paredes pré-montadas com blocos cerâmicos, coberturas com telhas cerâmicas, de concreto e de fibrocimento. As casas têm, em média, uma área construída de 50 m².

Casa em construção – utilizando paredes pré-montadas com blocos cerâmicos.

Outro programa intitulado “Ruas do Povo”, adquiriu tijolos cerâmicos maciços de praticamente todas as indústrias cerâmicas acreanas nos últimos anos, pavimentando ruas e calçadas, a exemplo do “Parque da Maternidade”, com uma longa pista de caminhada calçada com estes tijolos e que atravessa todo o centro da capital.

Parque Ambiental Chico Mendes.

Parque da Maternidade.

Tijolos cerâmicos maciços no pavimento: resistência à abrasão, flexão e altíssima durabilidade frente à umidade e elevadas temperaturas.

O clima acreano, úmido e quente, exige muito das construções e a argila local é propícia para estas condições, a exemplo da pavimentação de ruas nas áreas alagadiças com tijolos cerâmicos maciços, que resistem há mais de 20 anos, onde pavimentos com outros materiais se deterioraram rapidamente.

Cerâmica vermelha – sempre a melhor alternativa sustentável para a construção.

Técnico em cerâmica pelo Senai/SP, administrador de empresas e Consultor Técnico e da Qualidade.

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