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Resistindo ao fogo

ABNT publica norma de classificação da resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações

Por Manu Souza com informações da Assessoria de Imprensa da ABNT

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 13 de maio de 2021, a norma ABNT NBR 16945:2021 – Classificação da resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações, que especifica o procedimento de classificação da resistência ao fogo de elementos construtivos, utilizando dados obtidos nos ensaios de resistência ao fogo, de controle de fumaça e outros ensaios complementares, dentro do âmbito do campo direto de aplicação do método de ensaio apropriado.

A capacidade dos elementos construtivos para suportar a ação de um incêndio – impedindo a sua propagação e mantendo a estabilidade estrutural da construção -, é o que implica a questão da resistência ao fogo.

O trabalho da Comissão de Estudos de Vedações Resistentes ai Fogo, demorou cerca de dois anos, com a realização de aproximadamente doze reuniões, até a publicação do texto final da Norma.

A Revista da Anicer conversou com o Superintendente da ABNT/CB-024, Rogerio Lin, que esclareceu alguns pontos importantes deste novo documento.

Revista da Anicer: Qual a contribuição da norma para definição de resistência ao fogo no apoio às normas de alvenaria, principalmente a 16.868/2020?

Rogerio Lin: Esta norma (ABNT NBR 16945:2021) tem o objetivo de definir todos os critérios de desempenho para a avaliação de resistência ao fogo. Isso pode envolver elementos estruturais e de compartimentação de ambientes. A norma ABNT NBR 16868-1:2020 se refere à alvenaria estrutural Parte 1: Projetos, que prevê cálculos e dimensionamentos para tal, sem levar em consideração a resistência ao fogo em situação estrutural ou de compartimentação. Para a avaliação de resistência ao fogo destas paredes estruturais, existe a ABNT NBR 5628, que está em processo de revisão e deverá ir para consulta nacional em breve, que trata de componentes construtivos estruturais – Determinação da resistência ao fogo e é uma norma de ensaio para laboratórios.

RA: As mudanças vão impactar nas exigências do corpo de bombeiros?

RL: As mudanças foram no sentido de harmonizar as normas existentes e melhorar os critérios de avaliação de desempenho, nomenclaturas e tipos de classificações possíveis para resistência ao fogo. Quanto às exigências dos corpos de bombeiros, estes são regulamentadores, que atualmente adotam a versão da ABNT NBR 5628:2001 como referência.

RA: Qual o objetivo desta Norma?

RL: O objetivo da criação dela menciona e explica, por exemplo, os conceitos de Capacidade portante (R), Integridade (E), Isolação Térmica (I), Redução de radiação térmica (W), Ação mecânica (M), dentre muitos outros atributos. Uma das contribuições técnicas desta norma é que ela permite a composição dos conceitos acima, combinadas com os tempos de resistência ao fogo padronizadas em minutos, portanto, um elemento que era conhecido como parede corta-fogo resistente a 120 minutos por exemplo, por esta norma, se classificaria atualmente como Parede EI-120 (o mesmo mantém a integridade e isolação térmica por 120 minutos).

RA: O que esta Norma abrange?

O campo de aplicação desta norma é amplo e permite seu uso e referência para outras normas nas áreas de ensaio de selagens resistentes ao fogo, avaliação de comportamentos de resistência ao fogo de elementos estruturais de aço, concreto e madeira, ensaios no campo de compartimentação com elementos envidraçados resistentes ao fogo, considerando novas categorias como a mencionada W (Redução de radiação), que permite a avaliação de sistemas que se posicionam entre os elementos E (usualmente conhecidos como parachamas) e EI (usualmente conhecidos como corta-fogo). A adoção da nomenclatura EW é uma novidade e permite inovação aliada à segurança contra incêndio em muitas situações, cenário que é adotado em normas internacionais há muitos anos.

Manu Souza é gestora de comunicação e editora da Revista da Anicer.

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