Hoje é:19 de setembro de 2024

Avaliando a queima na indústria cerâmica – parte 1: tempo

Por Antônio Pimenta

O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.

Existem diversos sistemas de queima dos produtos de cerâmica vermelha e neste primeiro artigo, de um total de cinco, apresentarei as formas de avaliar o desempenho comparativo para fornos intermitentes, que são a grande maioria no Brasil, a exemplo dos fornos paulista, móvel, redondo-abóbada, vagão, tatu, corujinha e outros, que utilizam biomassa como combustível.

Conhecendo os critérios desta avaliação, os empresários do setor podem verificar se estão obtendo bons resultados com suas queimas ou se precisam buscar melhorias. Os cinco critérios de avaliação são os seguintes:

  1. Tempo de queima;
  2. Consumo de combustíveis;
  3. Qualidade dos produtos;
  4. Estrutura do forno;
  5. Procedimentos.

Tempo de queima

Entende-se como tempo de queima o período em que os produtos já enfornados começam a receber aquecimento oriundo da queima dos combustíveis, até o momento em que não há mais esta combustão, ou seja, inclui o “esquente” e a queima propriamente dita.

O tempo de queima é fundamental para definir o volume de produção – fornos com queimas rápidas resultarão em maior volume de produção ao longo de um período, enquanto as queimas lentas levam ao contrário, forçando a empresa a investir em um número maior de fornos para obter a produção desejada.

E estes tempos são muito diferentes de empresa para empresa. Na queima de blocos cerâmicos de vedação, conhecidos como “tijolos de seis ou oito furos” e similares, algumas indústrias cerâmicas conseguem queimas de doze horas e outras com até cento e vinte horas – um exagero. Queimas que demoram entre quarenta a oitenta horas são comuns.

Podemos classificar o tempo de queima da seguinte forma:

Excelente Até 24h
Bom Até 36h
Razoável Até 48h
Ruim Até 72h
Péssimo Acima de 72h

Existem diversos fatores que influenciam no tempo de queima e que devem ser analisados detalhadamente para que se possa utilizar o máximo potencial de cada sistema. Relacionando somente alguns fatores:

  • Tipo de massa cerâmica
  • Aditivos na massa
  • Umidade de enforna
  • Geometria e peso dos produtos
  • Tamanho do forno
  • Combustíveis de queima
  • Fornalhas
  • Isolamento térmico
  • Termometria
  • Monitoramento
  • Controle e capacidade de exaustão
  • Procedimentos de queima

Podemos acrescentar diversos outros fatores e alguns serão apresentados nos próximos artigos. Cabe aos responsáveis pelos sistemas de queima em uma indústria de cerâmica vermelha analisarem quais medidas podem ser adotadas para reduzir o tempo de queima, sem prejudicar outros dois itens fundamentais de avaliação, que são a qualidade dos produtos e o consumo de combustíveis.

Para mais informações, entre em contato: acpimentaaraujo@gmail.com | (21) 99700-2028 | www.acpimenta.com

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Técnico em cerâmica pelo Senai/SP, administrador de empresas e Consultor Técnico e da Qualidade.

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