Por Emil Sanchez
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No dimensionamento da Alvenaria Estrutural devem ser considerados os carregamentos devido às ações permanentes divididas em diretas (peso próprio, revestimento, equipamentos fixos, empuxos) e indiretas, por exemplo, a força de protensão. Além dessas é obrigatório a análise das ações variáveis (sobrecargas, cargas móveis, ação do vento, etc.) e as excepcionais que são decorrentes de explosões, impactos, sismos, incêndios, etc.
A consideração dessas ações no dimensionamento é obrigatória de modo a possibilitar um comportamento eficaz em serviço quanto à segurança e estabilidade da estrutura. Sendo os carregamentos definidos pelas combinações das ações que têm probabilidades, não desprezíveis, de atuarem simultaneamente sobre a estrutura durante um período pré-estabelecido.
O colapso progressivo é um tópico a ser considerado no dimensionamento das edificações em Alvenaria Estrutural, item abordado na normalização brasileira por meio de prescrições que abordam a contribuição de estruturas auxiliares e disposição de armaduras suplementares para aumentar as ductilidades dos elementos estruturais.
O que é o colapso progressivo?
É quando o dano numa estrutura se desenvolve para mais elementos estruturais e pavimentos. Esse termo é adotado para identificar o desenvolvimento de uma ruptura inicial que leva a uma reação em cadeia (efeito dominó) até a ruptura parcial ou total da edificação. Trata-se de uma ruptura por incrementos dos carregamentos na qual o dano final não é proporcional à causa que lhe originou.
Considerando o que prescreve a NBR 6118:2014, Projeto de estruturas de concreto – Procedimento, sobre a taxa geométrica mínima das armaduras de tração para peças submetidas à flexão simples, ρ=0,15%, a NBR 16868-2:2020, Alvenaria Estrutural, adota esse percentual em suas determinações, mas ressalta que essa armadura suplementar deve ser disposta no mínimo com área igual a um terço da área total mínima obtida numa direção e dois terços dessa área na outra direção.
A NBR 16868:2020, apresenta detalhes de armaduras suplementares para evitar o colapso progressivo, como segue:
Em edifícios com lajes moldadas in loco
As armaduras sobre os apoios devem ser detalhadas de modo a possibilitar a integridade da estrutura quando da simulação do colapso progressivo, principalmente as emendas das armaduras de tração; essas armaduras de tração devem ser verificadas admitindo-se que um dos apoios possa ser removido e a distribuição do carregamento da laje ocorra por efeito de arco; deve ser acrescentada uma armadura concentrada sob cada parede; o painel deve ser avaliado sem o seu apoio de modo a considerar o colapso da parede.
Em edifícios com lajes moldadas com lajes pré-moldadas
Realizar o dimensionamento individual dos painéis considerando a remoção de um dos apoios; dimensionar uma viga de respaldo que sirva de apoio no caso de remoção da parede, admitindo que a armadura treliçada da laje possa contribuir na resistência à flexão e à força cortante; realizar as mesmas etapas descritas para o caso de laje moldada in loco; considerar o trecho da laje na viga formando uma seção em T, mas a armadura negativa da treliça, que deve ser superior a 1,5 cm2/m, alcance a zona comprimida da viga.
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