Hoje é:21 de novembro de 2024

Como aumentar a resistência dos blocos e tijolos cerâmicos estruturais

Por Antônio Pimenta

O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.

Como foi apresentado no artigo anterior, a resistência à compressão dos blocos e tijolos cerâmicos estruturais é severamente impactada por diferenças na temperatura que queima, reduzindo o valor da resistência característica (fbk) quanto maiores forem as diferenças de temperaturas de queima. Mas não é somente este o fator determinante para a obtenção de bons valores de resistência característica destes produtos.

E considerando que a resistência de uma alvenaria estrutural provém principalmente da resistência dos blocos ou tijolos, a resistência destes passa a ser fundamental desde o projeto da alvenaria. Então, quais são os fatores que influenciam na resistência destes produtos? Vamos apresentar alguns deles:

  • Massa cerâmica
  • Extrusão – vácuo e compactação
  • Geometria
  • Secagem
  • Queima
  • Outros

O primeiro fator é o tipo de massa cerâmica. As argilas e minerais utilizados na fabricação destes produtos influenciam diretamente na resistência, havendo variações drásticas encontradas no mercado, com produtos de idênticas dimensões e geometrias mas com resistência à compressão extremamente diferentes, por exemplo, de 4 a 10MPa. Assim, deve-se estudar as diferentes argilas e minerais disponíveis próximos às fábricas e desenvolver composições de massa que resultem em melhores resultados. O arranjo granulométrico, fator de empacotamento, composição química e mineralógica da massa cerâmica conduzem à estas amplitudes de resistência.

Em seguida, um bom processo de fabricação, com destaque para uma extrusão com boa compactação e vácuo, propiciando a fabricação de produtos uniformes, com baixa umidade de extrusão e bem desareados. Não só neste ponto, mas em todo o processo, deve haver controles como os de dureza, amperagem, vácuo, volume de produção, percentuais de umidade, retração e distribuição granulométrica, entre outros.

A geometria dos produtos tem papel fundamental nos resultados de resistência. Basta aumentar a espessura de paredes ou septos e pode-se aumentar a resistência. Aumenta-se também o peso, o consumo de combustíveis para secagem e queima e dificuldades no manuseio dos produtos, requerendo maiores cuidados na secagem e queima. Mas além das espessuras, a geometria pode ser modificada com mais septos, paredes maciças no lugar das vazadas, entre outros. Não só a geometria das paredes e septos, mas o desvio de esquadro e planeza das faces também influenciam severamente os resultados, devendo ser bem controladas.

Na secagem podem ocorrer falhas nos produtos como micro trincas que serão aumentadas na queima e inadvertidamente fornecidas ao mercado. Estes produtos podem ter resistências comprometidas, influenciando a resistência característica do lote. Da mesma forma, uma secagem insuficiente resultará em produtos mais úmidos para a queima, onde podem surgir estes defeitos ocultos. O processo de secagem com muito manuseio ou com massa cerâmica mole, pode deformar os produtos ou ocorrer retrações diferenciadas com empenamento dos produtos.

A queima é determinante, mas não a única solução. Massas cerâmicas cujos produtos queimados têm alta porosidade ou fracas ligações entre seus componentes, podem ter baixa resistência à compressão, mesmo que queimados em altas temperaturas, próximas à fusão dos produtos. Na queima, o fator determinante é a uniformidade de temperaturas de queima. Produtos cuja composição química e mineralógica deficientes, arranjos granulométricos inadequados, com baixa compactação, alta umidade e vácuo ruim na extrusão, manuseio e secagem inadequados, além de geometrias simples, dificilmente terão na queima a correção suficiente para elevação da resistência característica. O certo é que quanto maior for a variação da temperatura de queima dentro da carga do forno, menor será a resistência característica dos blocos ou tijolos cerâmicos e assim, deve-se separar uma faixa da carga para a colocação dos produtos cerâmicos para aplicação estrutural e melhorar a queima, reduzindo as diferenças de temperaturas até mesmo com a substituição dos fornos por equipamentos mais modernos e controlados.

COMPARTILHE

Técnico em cerâmica pelo Senai/SP, administrador de empresas e Consultor Técnico e da Qualidade.

One Comment

  1. NILDO TURIBIO DE ABREU Reply

    Cerâmica uma arte de Conduzir os melhores Resultados… seu conteúdo define as regras de como elaborarmos em um processo suas características… Uma sistemática produtiva que define…. Cuida de mim que eu cuidarei de todos… caso não comprender… os resultados serão negativos em várias fazes do processo… DNA….

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *