Construção É+

Por Carlos Cruz | Imagens: Anicer e Sérgio Lima/CBIC

O setor da construção civil está cada vez mais bem representado. O novo grupo Construção É+, formado por 12 entidades ligadas ao segmento da construção civil, promete discutir assuntos de interesse comum e a contribuição do setor no desenvolvimento do país.

Mas, na prática, como o projeto funcionará?

O desejo de se criar um grupo com as características do Construção É+, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, sempre foi latente entre as entidades. Mas foi só no segundo semestre de 2022 que isso foi efetivamente colocado em prática. De lá para cá, muitas coisas foram discutidas entre os representantes do setor.

De acordo com Martins, o aumento da participação da construção no PIB brasileiro é uma das principais metas, e para isso, muitas coisas precisam ser revistas. “Melhoria de patologia, melhoria de imagem, melhoria de capacitação. São essas coisas que fazem com que a gente tenha um pedaço maior nesse bolo”, explica o executivo, ao se referir ao PIB.

No fundo, as atividades relacionadas ao setor geralmente são uma preocupação para os clientes, que as enxergam como algo muito trabalhoso, e isso precisa mudar. “Tem que melhorar muito isso para não ser um pavor na vida das pessoas ter que fazer uma reforma, ter que construir uma casa, ter que comprar um apartamento”, afirma Martins.

A importância da Construção Civil

Em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, representantes do Construção É+ reiteraram a importância do setor no desenvolvimento do Brasil. As entidades relembraram que a construção tem participação de 6% do total de empregos do país e defendem a maior atenção do governo ao segmento.

O pedido do setor é reforçado por uma pesquisa realizada pela CBIC no final de 2022. O levantamento mostrou que, entre março de 2020 e maio de 2022, 450 mil novos postos de trabalho formais foram abertos no setor, o que comprova a necessidade de uma atenção especial por parte do governo.

O que já foi feito?

O recém-criado grupo ainda está em fase discussão de suas estratégias de marketing e melhoria de imagem. No início de dezembro, os representantes do Construção É+ entregaram uma carta ao governo de transição com 14 pautas prioritárias do setor. Entre os assuntos abordados, estão a importância do governo federal emitir títulos de dívidas de longo prazo (social bonds) com taxa de remuneração abaixo dos atuais 4,25% a.a do FGTS. A medida seria destinada às famílias de baixa renda participantes do programa habitacional do governo.

Outras pautas também são contempladas no documento, como o uso dos Fundos Constitucionais do Norte e Nordeste para a ampliação dos subsídios na compra de imóveis pelas famílias de baixa renda das duas regiões e a criação de um novo fundo garantidor para habitação, que seria usado por famílias em situação de perda temporária de renda.

O grupo também vem visitando redações de jornais e conversando com algumas pessoas-chave na tentativa de fortalecer ainda mais essa bandeira.

Próximas agendas

O Construção É+ entrou em recesso no final do ano passado, mas já planeja os próximos passos, dentre eles, a participação na esfera legislativa e a consolidação oficial do projeto. “A gente está querendo fazer também uma estrutura dentro do legislativo, acompanhando os projetos de interesse do setor, como reforma tributária, como tributação sobre industrialização, uma série de coisas desse tipo que tenham interesse comum e que a gente possa criar, quem sabe, um CNPJ ou alguma coisa parecida para agregar todo setor”, conta Martins.

O ex-presidente da Anicer e atual Diretor de Relações Institucionais, Natel Moraes, marcou presença na primeira reunião do grupo, que aconteceu em Brasília. Confira abaixo as entidades participantes do Construção É+ e seus respectivos representantes:

ABRAFATI- Luiz Cornacchioni

ABRAMAT – Rodrigo Navarro

ABCIC- Iria Lícia Oliva Doniak

ABRAINC- Luiz França

AFEAL- Alberto Cordeiro

ANFACER- Maurício Borges

ANICER- Natel Moraes

ANAMACO- Geraldo Defalco

ABIVIDRO- Lucien Belmont

ABRAVIDRO- José Domingos Seixas

CBIC- José Carlos Martins

DRYWALL- Luiz Martins