Hoje é:21 de novembro de 2024

De olho na competitividade

CNI lança ferramenta para reunir estudos que promovam a competitividade e o crescimento do setor industrial

Por Carlos Cruz | Imagens: Divulgação

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou, em maio deste ano, o Observatório Nacional da Indústria, ferramenta com o objetivo de reunir dados e informações que contribuam para a tomada de decisões estratégicas nos setores industriais, divulgando estudos que possam fomentar o aumento da competitividade entre as indústrias brasileiras. Todo material coletado pelo Observatório será divulgado junto a entidades do Sistema S, como Sesi e Senai, além do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e a outras instituições de pesquisas nacionais e estrangeiras.

O gerente executivo do Observatório, Marcio Guerra, contou que o principal propósito da ferramenta é levar mais informação e mais conhecimento sobre o futuro dos setores industriais brasileiros ao mercado. “O observatório tem como objetivo trazer reflexões a partir do conhecimento, a partir do drive de dados, de análise de dados, reflexões que possam orientar o processo decisório dentro da indústria, sobretudo nos temas relacionados ao mercado de trabalho, tecnologia e inovação, e saúde e educação”, explicou.

As primeiras ideias para o desenvolvimento da plataforma começaram a ser desenvolvidas há cerca de 19 anos pela CNI e pelo Sesi, Senai e IEL. Guerra relembra que, entre 2003 e 2011, a lógica dos observatórios já era trabalhada dentro do Senai e, de 2011 a 2021, os esforços passaram a atender também ao Sesi, ao Senai e ao IEL. “A partir da necessidade desse ativo de conhecimento gerado dentro dessa jornada, e também a partir do conhecimento existente nas federações, que se consolida a criação do Observatório Nacional, que é muito mais do que só observatório, é o observatório e a sua rede, que está baseada em conhecimento para disseminar este conhecimento junto a todas as federações”, contou o gerente.

A união faz a força

Além de reunir as análises dos dados, que podem ser usadas para projetar possíveis cenários de forma estratégica, a ferramenta também integra as bases de observatórios de outras unidades da Federação. Dos seis existentes no país, os principais estão no Ceará, no Paraná e em Santa Catarina. Juntos, os três contribuíram significativamente para a criação do Observatório Nacional, que pode ser considerado um projeto mais amplo, visto que engloba estudos de todo o Brasil. Além desses, os estados de Goiás, Mato Grosso e Rio Grande do Norte também têm seus próprios observatórios.

Essas ferramentas têm revelado o papel fundamental das bases de dados para o segmento, incentivando a otimização de recursos, contribuindo para a criação de novos projetos e estimulando o desenvolvimento do setor, da economia dos estados e das tecnologias. Agora, com uma entidade nessa proporção, é possível que os sistemas de Big Data – que desempenham a função de analisar os dados para serem utilizados nas tomadas de decisões – possam ser criados a nível nacional, beneficiando, não só o setor, mas toda a economia do país.

Marcio Guerra aponta que, atualmente, a questão dos dados é considerada o petróleo do mundo e uma fonte significativa para novas ideias. De acordo com o gerente do Observatório, ter o domínio dos dados e a capacidade de analisá-los é um diferencial competitivo para qualquer empresa ou setor. “Então, o Observatório Nacional da Indústria tem esse objetivo, reunir os dados nos temas de interesse da indústria para fazer com que isso se transforme em conhecimento e inteligência e que possa sustentar um debate à altura do que é indústria brasileira”, disse.

O lançamento da plataforma é considerado por especialistas como um importante passo para todo o sistema industrial nacional que, além de fortalecer o segmento, influencia a criação de novos observatórios.

Atuação nos estados

Facilitar o desenvolvimento dos estudos das Federações é um dos objetivos claros do Observatório. Por isso, o Big Data Cooperativo é uma das bases do projeto, que atualmente está sendo trabalhado para inserir na plataforma cerca de 160 bases de dados. Com isso, os organizadores da ferramenta esperam diminuir em 60% o tempo médio de realização das pesquisas. Os materiais divulgados são de diferentes temas, que vão desde as informações sobre o mercado de trabalho e perspectiva econômica até assuntos interligados à ciência, tecnologia e educação.

Os dados serão organizados de acordo com seus eixos temáticos, que são: tecnologia e inovação, saúde, educação, trabalho, futuro da indústria e, por fim, indicadores setoriais. A divulgação das informações permitirá discussões sobre as mudanças no setor industrial e na tecnologia, viabilizando também a formação de estratégias para melhorias no ramo.

A intenção é que a plataforma não pare de se desenvolver e apresentar melhorias e, para isso, Guerra considera que o Observatório terá uma longa jornada pela frente. “Ele vai estar em constante evolução com adoção, com uso de tecnologias relacionadas, não só ao tratamento de dados, mas também de realização de pesquisas, uso de Inteligência Artificial e machine learning. Então, a evolução é um processo contínuo e está no gene do Observatório Nacional”, concluiu.

Carlos Cruz é jornalista na Anicer.

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