Hoje é:4 de maio de 2024

Deixando sua marca

Conheça os blocos de demolição da Cerâmica Salema, novo projeto da empresa paraibana com mais de 4 décadas em operação

Por Carlos Cruz | Imagens: João Neto – Salema

Observar e analisar cases de sucesso é essencial para os gestores e colaboradores que visam seu crescimento. O exemplo da Cerâmica Salema, no município de Rio Tinto, na Paraíba, é um daqueles para se inspirar. No mercado desde 1981, a empresa não perde tempo quando o assunto é inovação.

Procedimento comum dentro das cerâmicas, a manutenção dos fornos sempre gera resíduos, a princípio, sem utilidade. Para reaproveitar os rejeitos desse processo, a Salema lançou o projeto “Blocos de Demolição Salema”. O que antes era descartado, agora é utilizado em projetos arquitetônicos que valorizam o aspecto voltado para o rústico. “A gente conseguiu fazer algumas obras em que utilizávamos o material para trazer esse acabamento de parede velha, parede antiga”, afirma João Neto, sócio da empresa.

Um dos diferenciais da iniciativa é que o lucro não é o objetivo final. Pelo contrário, há resultados diversos em diferentes áreas. “Isso não é um projeto que visa vendas, não é um projeto que visa faturamento”, afirma Neto. Para o ceramista, a visibilidade da marca e o relacionamento com o mercado são os principais ganhos alcançados com os blocos de demolição. “É um projeto que visa bem-estar, marca e branding”, reitera.

Neto explica que a manutenção dos fornos não é algo que acontece frequentemente. Portanto, esses produtos também não estão sempre disponíveis para outros projetos. “Quando a empresa faz isso, ela não está focada em ter um nicho de mercado de produto de demolição, até porque esse produto vem de uma demolição de um forno para uma reconstrução, não é uma coisa que você faz todo dia”.

Muito mais importante do que ter o nicho de mercado para as vendas é gerar credibilidade para a empresa através de uma iniciativa responsável e inovadora. “Ter um mercado de produtos onde você tenha a exposição da sua marca, onde você coloque em um local, você leve as pessoas e mostre o seu produto, gera um orgulho para a equipe, gera um orgulho pra empresa”, destaca Neto. Segundo o ceramista, com a iniciativa, o produto cerâmico é apresentado de uma outra forma ao mercado e pode ser associado com pautas culturais e arquitetônicas, por exemplo.

Apesar de esse tipo de associação não ter viés de venda e, portanto, não visar ao lucro financeiro diretamente, o projeto é um grande ganho para a cerâmica em outros sentidos. “Traz um sentimento de pertencimento a eventos culturais, a saber que a sua empresa não é só uma fábrica de tijolo, mas é uma fábrica que soma ali dentro, que os construtores veem você. Até porque o nosso produto não é um produto que embeleza muito, é um produto que ele está ali, é um tijolo, é um ‘oito furos’, é um estrutural, mas na hora que você faz um projeto desse e participa de algo que chama atenção, isso faz com que as pessoas olhem com outros olhos para sua empresa”, destacou.

Para todo o setor

A ideia de usar os blocos de demolição nos projetos não deve ficar restrita à Salema. O case chega para mostrar que não é preciso muito para revolucionar a forma em que se produz e se vende produtos cerâmicos no país. Neto alerta para o fato de que os produtos não são de escala, apesar de terem empresas que podem fazer isso.

Para o ceramista, o maior desafio é entender que, apesar de, eventualmente, o projeto gerar mercado, o intuito inicial é outro. O sócio da Salema avalia que, no geral, as cerâmicas têm dificuldades no que diz respeito ao planejamento publicitário e essa é uma oportunidade de mostrar sua marca de um jeito diferente. “Muitas vezes elas [as empresas] estão presas a atravessadores, então a ideia é que elas consigam fazer isso de uma forma para divulgar melhor”, afirma.

Carlos Cruz é jornalista na Anicer.

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