Por Rangel Lage | Imagens: Rangel Lage
O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.
O setor da construção civil abre o ano de 2020 aquecido e com perspectivas consistentes de crescimento. Segundo a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e o Sinduscon (Sindicato da Construção) o setor deve crescer 3% neste ano.
Nesse cenário, o sistema construtivo Alvenaria Estrutural se apresenta como uma excelente opção, em função do seu perfil de industrialização e racionalização, levando a construções mais rápidas (cerca de metade do tempo quando comparada ao concreto armado), mais econômicas (até 35% mais econômica do que o concreto armado) e com uma obra mais limpa e menores perdas de materiais (em função da racionalização). Tais vantagens já estão claramente sendo absorvidas, otimizadas e adotadas em vários estados no Brasil, com históricos de sucesso em empreendimentos de diversos portes.
A indústria de blocos cerâmicos, universidades e organizações vêm desenvolvendo blocos com geometrias diferenciadas, buscando oferecer blocos cerâmicos que atendam a esta demanda.
Porém, em função principalmente da escassez de espaços para construções horizontais (casas e edifícios de pequeno porte), é crescente a demanda por edifícios mais altos em Alvenaria Estrutural (acima dos tradicionais cinco pavimentos). E para tais soluções, quanto maior o edifício, conforme esperado, maiores são as necessidades de blocos estruturais mais resistentes (e consequentemente prismas mais resistentes), pois maiores são as solicitações (além das próprias cargas verticais, tem-se maior influência das forças do vento e do desaprumo global da edificação).
Neste sentido, a indústria de blocos cerâmicos, universidades e organizações vêm desenvolvendo blocos com geometrias diferenciadas, buscando oferecer blocos cerâmicos que atendam a esta demanda. A própria revisão atual da norma de Alvenaria Estrutural, em estudo pela Comissão de Estudos da ABNT (ABNT/CE-002:123.010), a qual tive a honra de participar, já prevê os blocos com paredes maciças.
Os blocos cerâmicos com paredes vazadas, mais comumente produzidos no Brasil, usualmente atingem resistências de no máximo 12 MPa, permitindo geralmente construções de edifícios de até 8 a 10 pavimentos (dependerá da geometria do edifício e distribuição das paredes estruturais e devem ser determinados pelo projeto estrutural).
Porém, o desenvolvimento dos blocos cerâmicos com paredes maciças, que podem atingir 18 MPa (ou até mais), e com uma melhor eficiência do prisma (eficiência da alvenaria, quando a junção do bloco e argamassa), quando comparado ao bloco com paredes vazadas, tem permitido projetarmos e construirmos edifícios mais altos em alvenaria estrutural, como este do artigo, com 14 pavimentos, em construção na cidade Sorocaba (SP).
Portanto, é fato! Já é possível e tem-se mostrado eficiente e viável a construção de edifícios altos em alvenaria estrutural com blocos cerâmicos.
Instagram: @rangellage
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Parabéns pelo artigo! Além da estrutura, esse tipo de bloco também melhora a vedação do ponto de vista dos outros requisitos de desempenho, como acústica, térmica e fogo. É o futuro dos blocos cerâmicos em edifícios.