Por Antônio Pimenta | Imagem: Antônio Pimenta
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As indústrias de cerâmica vermelha no Brasil têm sido continuamente impactadas com o aumento das tarifas de energia elétrica nos últimos anos. Esta energia é utilizada para a iluminação, sistemas de telecomunicações e, principalmente, para acionamento dos equipamentos de produção com motores de alta potência.
Dependendo da estrutura da indústria cerâmica, os custos com energia elétrica equivalem de 6 a 20% do faturamento e com os constantes aumentos e previsões não muito otimistas quanto a uma redução destes valores, as empresas passaram a buscar alternativas para economizar energia elétrica, e isto pode impactar na produção e qualidade.
Muitos realizaram investimentos na eficiência energética, substituindo motores e equipamentos por outros mais eficientes, substituindo a iluminação, usando mais de iluminação natural, interrompendo o uso de energia elétrica nos horários de pico e não investindo, por exemplo, em preparação de massa, equipamentos de produção maiores e secadores artificiais, com receio de grandes aumentos de consumo energético.
Outra alternativa é o Mercado Livre de energia elétrica, restrito a algumas condições e que pode resultar em reduções de 10 a 15% nos valores pagos pela energia.
Parece que chegou o momento da energia solar, aquela obtida através de painéis com células fotovoltaicas, que convertem a luz solar em energia elétrica. Com maior oferta de painéis solares, a um custo acessível e financiamento com boas taxas, muitas indústrias de cerâmica vermelha têm investido nesta fonte de energia, com a previsão otimista de reduzir sua fatura de energia elétrica em até 80% do valor usual. É tentador, ter energia elétrica a baixo custo, possibilitando seu uso de forma mais ampla e melhorando a produtividade da indústria.
As chamadas “usinas solares” já estão presentes em diversos estabelecimentos comerciais, agrícolas e industriais. Há inclusive uma precisão de que a geração de energia elétrica mundial, através de sistemas fotovoltaicos, será responsável por mais de 30% da matriz energética até 2050. É uma energia renovável, limpa, sustentável.
Como funciona? Baseado em estudos na indústria cerâmica, é projetada uma Usina Solar – um conjunto de painéis com células fotovoltaicas que são instaladas para captar a luz solar e direcionar a energia elétrica para a concessionária de energia elétrica local, através de um contrato com esta.
Estes painéis solares podem ser instalados sobre a cobertura da indústria ou diretamente em um terreno anexo. Sistemas de controle registram a geração de energia e sua entrega à concessionária, abatendo do consumo da indústria.
Com um sistema bem projetado, é possível pagar o investimento em até cinco anos, sendo que neste período, o valor pago do financiamento e de energia elétrica, se equivalem aos custos anteriores da empresa. Após o pagamento do financiamento, o valor desembolsado mensalmente pode significar apenas 20 a 30% dos iniciais, considerando indústrias cerâmicas de pequeno porte, com faturas de energia elétrica de R$ 10.000,00 a R$ 50.000,00 mensais.
Dezenas de indústrias de cerâmica vermelha já instalaram suas usinas solares e as dúvidas e receios vão se dissipando, com sistemas a custos mais acessíveis e financiáveis, manutenção simplificada na eventual necessidade da troca de um ou dois painéis danificados, durabilidade das células previstas para vinte e cinco anos e com um enorme potencial de luz solar ao longo do ano por todo o país, mantendo o sistema viável.
Por todo o país, mais e mais indústrias de cerâmica vermelha estão investindo em suas usinas solares. Na cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, aproximadamente cinquenta cerâmicas já estão investindo nestes sistemas, o que corresponde a mais de 40% do total destas empresas.
Além da disposição de energia mais acessível, esta é sustentável, renovável e pode contribuir para uma menor pressão no consumo de energia elétrica no país.
E você, ceramista, já fez um estudo de viabilidade para sua empresa?
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