Por Jeferson Lemke
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Com a otimização das formatações da dinâmica de negócios no ramo da construção, fica cada vez mais evidente que toda empresa necessita, em algum momento, elaborar e colocar em prática um plano de investimentos para melhorar suas operações e para continuar crescendo, com um norte para aplicação de investimentos. Setorialmente, diante de um elaborado planejamento estratégico, pode-se acessar fatias de mercado, colocar produtos e soluções construtivas em destaque, superar a concorrência, além de melhorar a produtividade, dentre outras vantagens.
Para isso, é importante lançar mão de um investimento que permita realizar essas melhorias planejadas a curto e a longo prazo, tornando o negócio mais competitivo.
Diante destas situações propicias, algumas dúvidas aparecem, como quais as melhores formas de operacionalizar financeiramente este investimento e como mensurar se o resultado está sendo positivo ou não, tem sido muitas vezes o freio em toda a operação, devido a não se ter um planejamento prévio elaborado para investimento, sendo assim, o reinvestir torna-se extremamente difícil de ser implementado.
Em contato e análise com empresas do setor que têm buscado planejar a formatação mais assertiva para investir e planejar o reinvestir, alguns elas têm em comum, no momento de elaboração do plano macro de trabalho.
Quais áreas devem receber investimento da empresa
Antes de buscar subsídios financeiros, a etapa crucial diante de uma análise refinada da empresa e, considerado o marco inicial de qualquer planejamento interno de investimento, é saber quais são os setores que necessitam ou que se beneficiariam nesse processo. Esse universo é composto por alguns segmentos:
Setor de Infraestrutura
A melhoria de infraestrutura está ligada a requisitos básicos necessários para o pleno funcionamento da empresa, cuja melhoria poderá auxiliar a potencializar resultados, alavancar o crescimento da produção e melhorar processos nas rotinas de trabalho. Estão no rol de pontos que podem ser potencializados:
- abertura de novas filiais ou parcerias em revendas;
- expansão layout de organização;
- aquisição de novos equipamentos para aumento da produção;
- substituição de equipamentos defasados;
- renovação da frota de veículos;
Expansão da área de atuação
Investimento para expansão da área de atuação é uma boa estratégia para o crescimento da empresa. Uma empresa que trabalha com um único tipo de peça cerâmica para vedação, pode ser beneficiada ao lançar uma linha de tintas e produtos de tratamento para superfície de piso e parede, garantindo uma nova fonte de rendimento no mercado e potencializando sua imagem perante o público-alvo.
Tecnologia
O investimento em tecnologia, para potencializar a produção pode ser custoso, o que torna extremamente necessário um investimento planejado para sua compra. Este tipo de aquisição ajuda na modernização da empresa, auxiliando a melhorar a qualidade do produto, otimizando o tempo de produção e muitas vezes reduz os insumos necessários, permitindo ainda melhorias na forma do produto, podendo ainda gerar maior conforto aos funcionários que trabalham nesse setor, entre outras vantagens. A aquisição de tecnologia também é importante para os setores administrativos e para a prestação de serviços, como a aquisição de softwares, por exemplo.
Capital humano
Uma linha muito tênue entre o encharcamento da estrutura produtiva ou a forma de investimento correta, muitas vezes tem bloqueado o investimento neste segmento, devido à falta de planejamento, porém, pode ser feito por meio de dois métodos muito simplificados:
- contratação temporária de especialistas terceirizados em áreas especificas;
- qualificação profissional de seus colaboradores, que permita a otimização do trabalho;
Consideradas totalmente funcionais ambas as opções, porém, investimento em quadro de colaboradores é uma das chaves fundamentais para que possam estar sempre em contato com o que há de melhor e mais moderno em suas áreas de atuação.
Qual será a origem do capital de investimento
Considerado talvez o principal impasse, quando se trata de investimento, uma vez que existem várias formas de obter o valor necessário para realizar a operação, porém, deve-se avaliar detalhadamente todos os pormenores, para que o reinvestimento não seja comprometido. Algumas das maneiras mais empregadas são:
Empréstimo
Existem carteiras especificas em bancos e financiadoras para concessões de créditos especiais para empresas realizarem investimentos, essa operação envolve inúmeras taxas e todos esses fatores devem ser avaliados.
Investidores
Cada vez mais atuantes no diversificado mercado de investimento, esses “parceiros” designam parte de seu patrimônio para investir em empreendimentos inovadores. Operam sempre diante de um planejamento minucioso para realização do investimento, o que torna seguro para ambas as partes o ciclo dessa operação.
Financiadoras
Uma opção cada vez mais utilizada são os projetos de parceria com instituições financiadoras, centros de pesquisa, universidades e indústrias do setor privado, onde através de editais, são acessados inúmeros tipos de investimentos, formatados de acordo com a necessidade de cada empreendimento, de baixo custo e que ainda permitem janelas de reinvestimento e continuidade em parcerias, diante do atendimento de editais futuros.
Qual a rentabilidade do projeto
Mesmo que pareça tudo certo e, consequentemente, comece a ocorrer um retorno financeiro, é necessário avaliar o real retorno diante dos esforços realizados para a melhoria da organização.
Uma das metodologias mais comuns e simples empregadas é o retorno sobre investimento ou internacionalmente conhecido Return Over Investment (ROI) ou retorno sobre Investimento. Para tal, se aplica uma regra de cálculo simples: RSI (RETORNO SOBRE INVESTIMENTO) = (receita – custo/ custo) x 100. Calcula-se todo o valor de venda após o investimento para o produto específico, por exemplo, se o investimento ocorreu em qualificação de pessoas, será calculado o valor total de rentabilidade das vendas após treinamento, sendo esta cifra o valor de receita.
Posteriormente, são mensurados os custos, englobando todas as despesas empregadas no investimento. Seguindo a exemplificação, no caso de um novo produto, todos os custos com compra de tecnologias, gastos com insumos, embalagens, entre outros, se com o treinamento, o valor de custo do curso. Com os valores obtidos, faz-se a inserção na fórmula de cálculo e será possível saber, por uma forma muito usual, qual o retorno que se teve sobre o investimento realizado, podendo ainda verificar a necessidade de otimizar outros setores, atualização de estratégia ou se até mesmo ocorreu alguma perda de cifras neste processo.
Em um apanhado geral, realizar o investimento ou reinvestir apenas quando se tem reservas financeiras, aguardar um aquecimento demasiado no mercado de vendas ou até mesmo esperar que o concorrente aplique inovações em produtos e serviços, para poder então investir, sempre apresenta uma euforia de gastos pouco planejados, desperdiçados em sua maioria, pois o investimento não atenderá a demanda existente e será então necessário desmanchar e começar de novo, gerando gastos com aquisição e transporte de alto custo, pois muitas vezes, a logística terá de ser ágil o suficiente para poder atender o projeto parado, isso gera custo não calculado e deixa traumas financeiros que impossibilitarão o reinvestimento.
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