Por Carlos Cruz | Fotos das urnas: TSE
Em uma carta aberta dirigida aos pré-candidatos a presidente, governador, senador e deputado federal e estadual nas eleições 2022, sete entidades que compõem o Colegiado de Entidades de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) prepararam uma lista de sugestões que podem ser usadas para compor os planos de governo e propostas de campanha.
Ao todo, 20 propostas foram redigidas para impactar as questões estruturais e as políticas de desenvolvimento econômico, social e o ordenamento territorial do país. Para isso, o texto foi dividido em sete eixos: planejamento; habitação, saúde pública e meio ambiente; organização e política de Estado; valorização da arquitetura e urbanismo; tributos e trabalho; educação; e relação com a sociedade.
Dessa forma, as entidades esperam colocar em debate uma agenda de desenvolvimento social e econômico que priorize a qualidade e o cuidado com a vida da população brasileira. Para isso, o documento traz, como pilares, a preservação ambiental, a redução das desigualdades e a ampliação de oportunidades de geração de emprego e renda.
“O momento é grave. O Brasil vive hoje um dos mais críticos períodos de sua história. Ano após ano, acentuam-se as injustiças sociais que marcam a construção de nossas cidades desde a colônia. Como resultado, o país conta atualmente com 25 milhões de moradias precárias e mais de 220 mil pessoas em situação de rua. É inegável que as desigualdades territoriais foram determinantes na propagação da pandemia da Covid-19. Além disso, as mudanças climáticas apontam a emergência de ações na crise ambiental”, diz o trecho inicial da carta.
A carta foi redigida no dia 29 de março e será entregue a lideranças partidárias em um trabalho conjunto das entidades com o propósito de sensibilizar as autoridades. Até que isso ocorra, o documento segue publicado em hotsites para receber contribuição de profissionais especialistas nos temas, incluindo cases de sucesso baseados nos eixos da carta que possam inspirar ações futuras.
Assinam o documento: Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU Brasil), Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP) e Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA).
Para a presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU Brasil), Nadia Somekh, o documento busca “levar para a sociedade a importância de votar nos candidatos que defendam a nossa pauta, que é a pauta da qualidade da vida dos brasileiros e que a gente produz com o nosso trabalho. Nosso partido é a arquitetura”.
De acordo com o presidente da Anicer, Natel de Moraes, estamos diante de uma grande oportunidade de contribuir com uma visão multidisciplinar, em que cada setor possa dar sua contribuição de maneira efetiva.
“É uma via de mão dupla, os políticos representam a população e são eleitos para defender os direitos dos brasileiros e lutar por interesses comuns que visem ao bem da nação. Mas para que esse movimento aconteça, é necessário que os políticos nos ouçam, conheçam nossas reais necessidades”, aponta Moraes.
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