Hoje é:3 de dezembro de 2024

Secagem de blocos e tijolos em paletes

Por Antônio Pimenta | Imagem: Antônio Pimenta

**O conteúdo deste artigo não necessariamente reflete a opinião da Anicer e é de responsabilidade de seu autor.

O processo de secagem na fabricação de blocos e tijolos cerâmicos é uma etapa crucial e por vezes delicada, podendo resultar em desperdícios e elevados custos, tanto energéticos, de manutenção e pessoal, já que muitas vezes utiliza intensamente mão de obra.

Já há alguns anos, indústrias de cerâmica vermelha passaram a utilizar paletes de madeira para secagem de seus produtos, eliminando alguns retrabalhos após a conformação dos blocos e tijolos. Com este procedimento, os produtos são colocados nos paletes e transportados com empilhadeiras ou paleteiras até as áreas de secagem ou estufas. Após a secagem, os paletes são levados até os fornos e assim, o manuseio dos produtos se restringe ao carregamento e descarregamento dos paletes.

Este sistema não é o mais eficiente, mas talvez seja o mais acessível para algumas indústrias, antes de implantar um sistema convencional de automatismo e estufas com vagonetas metálicas, ventiladores auto viajantes ou secadores rápidos de taliscas.

Parte da análise de custo e benefício e o aparente baixo investimento inicial, levou muitos empresários a optarem por este sistema. Mas, quais são as alternativas e desempenho deste tipo de secagem?

Começa nos tipos de argilas e massas cerâmicas, algumas com apenas 13% de umidade na extrusão e outras acima de 25%. Esta umidade deve ser removida para a queima, mas tanto nos sistemas mais modernos quanto na secagem natural, sempre haverá uma umidade residual. Quanto? Encontramos 3%, 6%, 9% e até 12% de umidade em produtos levados para a queima. Qualquer valor acima de 5% já comprometerá a queima, no mínimo, retardando-a.

Para a secagem nos paletes, pode ser necessário ajustar a massa cerâmica com diferentes argilas e arranjo granulométrico, melhoria no vácuo e dureza na extrusão, para que os produtos tenham uma boa resistência (serão empilhados) e ajustes no ambiente de secagem, mesmo na secagem “natural”.

Colocados nos paletes de uma forma a ser possível o transporte com empilhadeira, a carga não pode ser muito aberta – o que facilitaria a secagem – e assim, os produtos nas camadas inferiores levarão mais tempo para secar e possivelmente não secarão tão bem, mesmo após alguns dias. Algumas observações:

  • Requer empilhadeira ou paleteira com piso adequado, plano e reforçado;
  • Utiliza amplas áreas para a secagem, barracões altos, convencionais ou cobertos com lona plástica;
  • É possível secar em estufas “artificiais”;
  • Pode-se implantar automatismo para carregar os paletes;
  • O ambiente de secagem deve ter ventilação e exaustão controladas;
  • Após dois ou três dias, pode-se empilhar os paletes;
  • A migração para secagem em prateleiras móveis, mesmo de madeira, melhora a secagem.

Este sistema é utilizado até por empresas de médio porte, sendo uma opção aos sistemas convencionais com carrinhos manuais ou movimentados com motos ou tratores, reduzindo o manuseio dos produtos.

Técnico em cerâmica pelo Senai/SP, administrador de empresas e Consultor Técnico e da Qualidade.

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