Por Juliana Meneses | Imagens: Ben Hosking, Prue Ruscoe, Callum Coombe, Raffaello Rosselli
Apesar das telhas de cerâmica vermelha terem como função original a utilização para proteção das casas, nos telhados, o escritório de arquitetura Surry Hills, na Austrália, decidiu criar um projeto arrojado com esse material. O objetivo era explorar resíduos das obras para diminuir o impacto ambiental dos projetos e que os materiais reutilizados pudessem ser transformados de modo criativo e funcional.
Os arquitetos responsáveis pelo projeto, Luigi e Raffaello Rosselli, optaram pelas telhas de cerâmica vermelha por ser um material residual de fácil disponibilidade e ampla adaptação.
No processo de produção das telhas de cerâmica, as que não se enquadravam perfeitamente no padrão eram descartadas, para a segurança e qualidade dos produtos, sendo assim, foi possível encontrar diversos desses materiais novos e feitos com matéria-prima nobre mas que estavam descartadas, podendo ser reaproveitadas para outras finalidades.
Os arquitetos pensaram, para o design da fachada, colocar as telhas como protagonistas do projeto, dando-lhes destaque. Foram aplicadas na parte inferior telhas em ângulos verticais, para que fosse possível resistir a carga, além de proporcionar maior privacidade no interior do ambiente, já na parte superior da fachada, as telhas foram dispostas na horizontal e inclinadas. A forma como as telhas foram alternadas fez com que fosse possível esconder a laje, deixando com um aspecto mais limpo ao visual final do projeto.
A construção conta com uma linha sinuosa, que dá a sensação de fluidez, ela foi uma adequação para preservar uma árvore já existente na calçada. A altura da estrutura do prédio foi pensada para se adequar a outros prédios que o cercam, a fachada é voltada para o oeste, de forma que as telhas auxiliam a filtrar o sol forte, mas também levando uma quantidade adequada de iluminação natural para o interior. A fachada se estende tanto como uma parede para os pavimentos, quanto para a parte externa da varanda do terraço.
A parte interna é diretamente privilegiada com a utilização das telhas, o espaço comercial é um estúdio de arquitetura e não possui segmentações com paredes, mas bancadas lineares que facilitam o trabalho colaborativo. Foram utilizadas telhas cerâmicas nas prateleiras, em sintonia com o design principal do edifício.
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