Por Carlos Cruz
A construção civil vem se destacando cada vez mais pela geração de postos de trabalho. Mesmo durante a pandemia de Covid-19, quando vários setores da economia entraram em colapso, ela manteve seu ritmo de crescimento e ajudou o país a não entrar num caos absoluto. Em 2022, a construção civil gerou 194.444 novos postos de trabalho com carteira assinada.
O destaque ficou por conta da construção de edifícios, com 84.878 novas vagas, e dos serviços especializados para o setor, com 80.486 novos empregos. Já as obras de infraestrutura criaram 29.080 novos empregos.
Segundo dados do novo Caged, divulgados no dia 1º de fevereiro deste ano pelo Ministério do Trabalho, o número de trabalhadores formais no setor cresceu 8,42%, passando de 2,3 milhões no final de 2021 para 2,5 milhões no final do último ano.
Se considerarmos as séries do Caged e do Novo Caged, este foi o segundo melhor resultado do período 2012-2022, ficando atrás somente de 2021 (245.044).
Números do setor
Em 2022, o número de trabalhadores formais na construção (2,503 milhões) correspondeu a 5,86% do total dos empregos formais no País (42,716 milhões). Mesmo assim, o setor foi responsável por quase 10% (194.444) do total das novas vagas geradas no ano (2,038 milhões).
No ano passado, os cinco estados que mais criaram novos postos de trabalho formais na construção foram:
- São Paulo – 57.504;
- Rio de Janeiro – 27.950;
- Bahia – 19.567;
- Santa Catarina – 10.376;
- Pernambuco – 8.920.
Já as cinco cidades com maior geração de novas vagas no setor em 2022 foram:
- São Paulo – 25.591;
- Rio de Janeiro – 11.759;
- Salvador – 8.011;
- Brasília – 7.033;
- Fortaleza – 6.192.
Para a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, os números evidenciam a importância social e econômica do setor. “Desde que a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil, a construção civil já gerou quase meio milhão de novos empregos. De março de 2020 até dezembro de 2022, o setor criou 474.988 novos empregos com carteira assinada”, destaca a especialista.
Apesar do crescimento, ano fechou em queda
Considerando somente o mês de dezembro, a construção perdeu 74.505 empregos. Entretanto, esse é um movimento sazonal e próprio para o período. A análise da série histórica do Caged evidencia que todo mês de dezembro o setor perde postos de trabalho.
A CBIC revisou as expectativas para o crescimento do mercado. A projeção sinalizou alta de 7,0% no PIB da Construção em 2022.
Entendendo o atual cenário
Ieda explicou que, pelo segundo ano consecutivo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial de inflação no País, encerrou acima do teto da meta. Em 2022, o teto da meta era de 5% e o IPCA fechou em 5,79% (e o centro da referida meta era 3,5%).
Quando o assunto é o custo da construção, os números mostraram um aumento de 0,46% do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), em janeiro deste ano, o que correspondeu a sua maior alta desde julho/22 (0,86%). O resultado foi influenciado especialmente pelo custo com a mão de obra, que registrou variação de 0,70%, enquanto o custo de materiais e equipamentos cresceu 0,05% e o custo com serviços apresentou alta de 1,02%.
“O custo com materiais e equipamentos vem registrando variações mais modestas desde os últimos cinco meses do ano passado, com resultados negativos em agosto, setembro, outubro e dezembro. Vale lembrar a importância desse comportamento do custo com insumos, depois de mais de dois anos preocupando a construção civil com fortes elevações”, disse a economista durante uma live promovida pela entidade.
Ieda acredita que o setor continuará crescendo este ano, devido ao ciclo de negócios já em andamento. Isso sem falar nas expectativas positivas com o novo Programa Minha Casa Minha Vida.
Deixe um comentário