Hoje é:25 de abril de 2024

ESG na indústria: o que é e como valoriza sua empresa

O que são essas tão faladas práticas e por que elas são importantes para as empresas

Por Carlos Cruz

Está cada vez mais comum nos depararmos com a sigla ESG em reuniões de diretoria e em matérias e artigos que apontem para a resolução de problemas sociais e ambientais. Mas o que essa sigla realmente significa e como ela pode trazer ainda mais valor para a sua empresa?

ESG é a abreviação de “Environment, Social & Governance”, que em livre tradução para a língua portuguesa seria “Ambiental, Social e Governança”. Como o próprio nome já diz, o conceito é utilizado para se referir a boas práticas empresariais que se preocupam com critérios ambientais, sociais e parâmetros de boa governança corporativa.

Essa “ferramenta” foi usada inicialmente por investidores para identificar quais negócios tinham um maior e melhor potencial de retorno a longo prazo. Agora, o ESG pode ser a solução para empresas de diversos setores que já entenderam a importância do desenvolvimento de políticas e práticas de combate a questões como mudanças climáticas, injustiça social sistêmica e desigualdade persistente.

Quais são as métricas de ESG?

Recentemente, o Fórum Econômico Mundial (WEF) publicou um rascunho com métricas de ESG, que incorpora elementos da anterior Força Tarefa sobre Divulgação Financeira Relacionada ao Clima e parecem já estar alinhadas com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) das Nações Unidas. Provavelmente, essas métricas se tornarão o padrão global para relatórios ESG.

Quais são as ações propostas pelo ESG?

Em um planejamento ou relatório de ESG, é fundamental que a empresa defina ações para cada um dos conceitos que formam a sigla.

Environment

Esse ponto define como a empresa interage com o meio ambiente, quais os impactos diretos e indiretos de suas operações e quais as ações que a empresa realiza para mitigar os efeitos negativos de todo o ciclo de vida de seus produtos.

Os relatórios corporativos sobre o desempenho ambiental devem estar alinhados com seis ODS da ONU, sendo eles água potável e saneamento, energia acessível e limpa, consumo e produção responsável de recursos, ação climática, vida na terra e vida embaixo da água.

Social

Esse ponto especifica como as atividades de uma empresa afetam as pessoas em geral, como funcionários, clientes, comunidades locais e trabalhadores da cadeia de suprimentos estendida.

Esse tópico trata do apoio da empresa à sociedade de forma proativa por meio de iniciativas como programas de educação e qualificação de funcionários. Alguns exemplos de ações que podem surgir neste ponto são remuneração justa e condições seguras de trabalho, saúde e bem-estar da força de trabalho, diversidade e inclusão, igualdade, proteção contra a escravidão moderna e o trabalho infantil e medidas anticorrupção.

A cada ano fica mais claro que a qualidade dos relacionamentos de uma empresa com suas partes interessadas pode impactar significativamente o desempenho e a estabilidade da organização. Ninguém duvida de que ter funcionários felizes é sinônimo de maior produtividade.

Governance

Esse ponto trata de políticas, estruturas e procedimentos pelos quais uma empresa ou país é administrado. É o conjunto de direitos e deveres de cada um, os processos, a forma como as questões são analisadas e as decisões são tomadas e executadas. Algumas ações que fazem parte de relatórios de governança são o quanto a empresa valoriza a transparência, a equidade, a prestação de contas e a responsabilidade corporativa, além da adoção de políticas e práticas direcionadas para o controle da companhia, os valores, a postura moral e a ética nos negócios.

Para que serve o ESG?

É certo afirmar que o ESG é visto de diferentes formas por diferentes partes interessadas, o que pode causar problemas como impasses e atrasos em sua execução. Por exemplo, o que o ESG significa para um investidor é diferente de seu significado para empresas, governos e sociedade.

A verdade é que os benefícios do ESG percorrem e dependem de toda cadeia produtiva que a empresa ou governo engloba.

E as vantagens competitivas são inúmeras. São elas:

Redução dos custos operacionais e ganhos de produtividade;

Fidelização de clientes que valorizam o consumo de produtos e serviços sustentáveis;

Mitigação de possíveis riscos socioambientais;

Melhoria na imagem e reputação;

Redução de interferências regulatórias e legais;

Melhores índices de satisfação, atração e retenção de talentos entre os funcionários;

Maior diversidade social, que permite opiniões e pontos de vista diferentes, os quais contribuem positivamente para o processo decisório da empresa;

Ganho de vantagem competitiva frente aos concorrentes no longo prazo, tendo em vista a antecipação de critérios regulatórios e legais.

Carlos Cruz é jornalista na Anicer.

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