Hoje é:18 de maio de 2024

Sempre Moderna

Conheça a história da Cemopar – Cerâmica Moderna, localizada na cidade de Parintins (AM)

Por Carlos Cruz

Tudo começou quando os irmãos Antônio, Gligente e Giacomo Betti pisaram em terras brasileiras e se encantaram com as belezas da Amazônia, lá pelos idos de 1980. Nascidos em Leggiuno, região da Lombardia, na Itália, os três escolheram a cidade de Parintins (AM) para recomeçar a vida, e logo identificaram uma grande oportunidade: não havia cerâmicas nem madeireiras na cidade. Assim, Antônio e Gligente Betti compraram um terreno e fundaram a primeira cerâmica da cidade, a Cemopar – Cerâmica Moderna. Giacomo Betti, por sua vez, resolveu partir para o ramo das madeireiras, comprando o terreno vizinho e montando sua própria empresa.

O tempo passou, a Cemopar cresceu e hoje a empresa apresenta, em seu catálogo, 27 produtos, entre telhas, tijolos, alguns materiais de revestimento e cobogós, além de acessórios, como capote, terminal e pingadeira. Mas com os anos, também veio o cansaço e a necessidade de passar a empresa adiante.

Giacomo Betti e Antônio Betti, com seus filhos gêmeos.

Foi aí que Antônio e Gligente convidaram o irmão, Giacomo, que, por sua vez, trouxe sua filha, Lilian Betti. E foi assim que, em 2011, Lilian assumiu os negócios da família, abandonando a carreira de fisioterapeuta. A tarefa não foi fácil, pois tratava-se de um mundo inteiramente novo para a jovem. Houve até certa resistência por parte de alguns funcionários, fato que Lilian rapidamente conseguiu contornar, mostrando competência e determinação. Hoje, ela revela orgulhosa que nunca pensou em desistir – pelo contrário, descobriu uma nova paixão: “Acho que me encontrei”, conta Lilian.

Lilian Betti e Rennan Leite

Toda matéria-prima utilizada na fabricação dos produtos vem de uma jazida própria, em uma ilha vizinha a Parintins, a cerca de 1,5 km de distância. “Na época da seca, às vezes, aparece uma estradinha pelo fundo do rio e a gente consegue passar de caminhão. Na época da cheia, temos que buscar o material de balsa”, destaca a ceramista.

A empresa atende todo o interior do Amazonas, além de algumas cidades do Pará mais próximas. Mas a falta de incentivos fiscais e a falta de estrutura para escoamento da produção desanimam a empresária a expandir os negócios.

Hoje, aos 36 anos, Lilian ainda conta com a ajuda do tio Antônio, além do marido, Rennan Leite, para comandar os negócios.

Carlos Cruz é jornalista na Anicer.

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